Manchester United de volta à estaca zero

David Moyes, Louis van Gaal, José Mourinho, o "verdadeiro" sucessor de Alex Ferguson continua por encontrar.

Foto
Desde que Alex Ferguson passou do banco para a bancada, têm-se sucedido as apostas falhadas no Manchester United Matthew Childs/Reuters

Cinco anos depois, o Manchester United voltou à estaca zero. A sucessão de Alex Ferguson tem levado o clube por um caminho tortuoso de apostas falhadas, a última das quais José Mourinho, despedido ontem, quatro meses após o início da sua terceira época em Old Trafford. A trajectória errática dos “red devils” vê-se no número de treinadores que passaram pelo cargo: David Moyes, Louis van Gaal e José Mourinho, para além do interino Ryan Giggs, na transição de Moyes para van Gaal. O comando técnico será novamente entregue a uma solução temporária, a anunciar hoje, enquanto o clube conduzirá um “exaustivo processo de recrutamento” para encontrar o novo treinador.

Não era nada disto que Alex Ferguson pretendia para o clube que orientou durante 26 anos. Moyes, escocês tal como Ferguson, foi uma escolha pessoal e assumiu o comando técnico dos “red devils” a 1 de Julho de 2013. Assinou na altura um contrato válido por seis anos (ou seja, poderia ainda ser o treinador do Manchester United se a duração original do compromisso tivesse sido cumprida) mas não durou dez meses no cargo. Depois vieram e partiram Van Gaal e Mourinho, cinco anos no total em que entraram cinco troféus em Old Trafford – Moyes deixou uma Supertaça, Van Gaal uma Taça de Inglaterra, e Mourinho uma Liga Europa, uma Taça da Liga e uma Supertaça.

No Manchester United querem recuperar a identidade ganhadora e a imagem de marca de futebol atacante. Não é coincidência que numa lista de possíveis interinos elaborada pela BBC constem vários nomes com história no clube, com Solskjaer à cabeça. O ex-futebolista do Manchester United, herói da conquista da Liga dos Campeões em 1998-99, comanda actualmente o Molde, clube com o qual renovou recentemente até 2021. Mas a temporada futebolística na Noruega já terminou, e só recomeçará em Março. Laurent Blanc, Steve Bruce, Ryan Giggs, Eric Cantona, e até o português Carlos Queiroz são outras hipóteses.

Olhando para a frente, há nomes em cima da mesa para assumir o cargo de forma definitiva a partir do Verão: Mauricio Pochettino e Zinedine Zidane foram apontados, num lote que inclui Eddie Howe, Diego Simeone, Antonio Conte ou Carlo Ancelotti. Aquilo que o Manchester United pretende resumir-se-ia em três aspectos. Potenciar as contratações feitas ao longo dos últimos anos (foram investidos praticamente 900 milhões de euros em reforços desde 2013), abraçar a filosofia e valores do clube, nomeadamente o futebol de ataque, e trabalhar com a nova estrutura, que incluirá um director de futebol, num ambiente positivo. Tudo o que não se viu nas últimas épocas, para evitar que a travessia no deserto se prolongue.

Sugerir correcção
Comentar