Tem a certeza?

Deveria ser proibido realizar só um referendo. As pessoas têm o direito de se enganar e o direito de mudar de opinião.

A quantidade ideal de referendos é zero e dois. Deveria ser proibido realizar só um referendo. As pessoas têm o direito de se enganar e o direito de mudar de opinião.

Veja-se o referendo no Reino Unido. Agora até há brexiteiros (como Nigel Farage) que preferem um re-referendo ao acordo que Theresa May negociou com a União Europeia.

O problema é que um segundo referendo mostra desconsideração pelos eleitores que ganharam o primeiro.

A solução é o segundo referendo limitar-se a uma única pergunta: “Tem a certeza?” As pessoas limitar-se-iam a responder sim ou não.

Teria de haver uma triagem simples. Em cada centro eleitoral haveria três mesas de voto: uma para os que votaram sim, uma para os que votaram não e a terceira para quem não se lembra, não sabe ou não quer votar como deve ser.

Bastaria então fazer as contas para saber como é que as coisas evoluíram. Há muita gente arrependida por ter votado para o Reino Unido sair da União Europeia? E para permanecer?

As diferenças seriam somadas ou subtraídas aos resultados de 2016, aparecendo como uma mera correcção do primeiro referendo.

A partir de 2019 haveria sempre um par de referendos para cada questão: o primeiro sobre a questão em si e o segundo só para confirmar ou corrigir o resultado.

Isto teria a vantagem de encorajar a abstenção porque a natureza humana inclina-se para faltar ao primeiro referendo e consolar-se que se vingaria no segundo.

Se o povo continuasse a votar mal pensar-se-ia num terceiro referendo para apurar se tinha mesmo a certeza?

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