Cátedra para a biodiversidade promove uso de ADN do ambiente

Até 2020, o investigador Pedro Beja, do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto, receberá 160 mil euros por ano.

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Pedro Beja, o investigador detentor da cátedra DR

O Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (Cibio-InBio) e a Universidade do Porto receberam a Cátedra EDP em Biodiversidade, uma iniciativa que procura promover a conservação e inovação no uso de ADN recolhido no ambiente, anunciou esta segunda-feira a empresa.

Em comunicado, a EDP – Energias de Portugal explica que esta cátedra – que vai financiar trabalhos de investigação científica dedicados à gestão dos impactos ambientais – vai apoiar, entre 2018 e 2020, a aplicação “de novas tecnologias ligadas à genómica ambiental”, uma área “emergente” e que utiliza o ADN recolhido no ambiente (ADN ambiental, ou eDNA).

“O trabalho (...) permite aumentar a eficácia na monitorização e mitigação dos impactos sobre a biodiversidade gerados pelas actividades de produção de energia”, lê-se no documento.

Esta cátedra é liderada pelo investigador Pedro Beja, do grupo de ecologia aplicada do Cibio-InBio, sendo financiada pela EDP e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (tutelada pelo Ministério da Ciência) em 160 mil euros anuais (75% dos quais assegurados pela EDP). A cátedra teve uma primeira fase, entre 2012 e 2016.

A investigação irá centrar-se sobretudo em zonas de albufeiras e cursos de água que vão permitir a “caracterização de comunidades de peixes”, a “detecção de espécies invasoras em albufeiras de empreendimentos hidroeléctricos” e também “a monitorização da qualidade dos cursos de água com recurso às técnicas de ADN ambiental”, lê-se ainda no comunicado. “O objectivo final é desenvolver novas técnicas custo-eficientes para monitorização biológica, gerando ao mesmo tempo informação relevante que auxilie na resolução de problemas da gestão ambiental.”

No âmbito da estratégia de sustentabilidade da EDP – Energias de Portugal, a empresa diz que pretende atingir, até 2030, um balanço “tendencialmente positivo” do impacto dos novos projectos em biodiversidade, “contribuindo para o 15º Objectivo de Desenvolvimento Sustentável (Protecção da Vida na Terra) das Nações Unidas”.

No âmbito desta iniciativa decorre, esta terça e quarta-feira no Cibio-InBio, no Porto, um encontro internacional com especialistas onde será debatida a aplicação em Portugal das técnicas de ADN ambiental para monitorização ambiental da água.

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