Diagnóstico do Benfica: doença prolongada, com ténues sinais de retoma

Os “encarnados” venceram o Marítimo, na Madeira, onde não ganhavam para a Liga há já dois anos. Jonas, de penálti, resolveu o jogo.

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Os jogadores do Benfica festejam o golo da vitória sobre o Marítimo LUSA/GREGÓRIO CUNHA

Acontece algumas vezes. Os diversos parâmetros que servem para avaliar a condição física de um doente estão normais e, não obstante, o paciente continua a denotar sintomas de mal estar. Ora, é mais ou menos isto que o Benfica está a viver nesta fase da temporada. Objectivamente, a equipa de Rui Vitória somou neste domingo, no Funchal, a sua quinta vitória consecutiva ao derrotar o Marítimo. Cinco triunfos (sete nos últimos oito encontros) em que marcou nove golos e não sofreu nenhum. E, no entanto, as exibições continuam a não convencer ou empolgar e a equipa transmite a sensação de que, a qualquer momento, pode cair na cama de um hospital.

Perante um adversário que está a atravessar um mau momento — os insulares já mudaram de treinador esta época por causa dos fracos resultados e começaram o jogo a suportar um fardo de 12 encontros consecutivos sem ganhar — o Benfica demorou a impor-se.

Durante 20 minutos os benfiquistas foram incapazes de se aproximar com perigo da baliza adversária. Com algumas alterações ao “onze” que tinha jogado a meio da semana passada para a Liga dos Campeões contra o AEK — entraram Jonas, Fejsa, Zivkovic e Cervi, saindo Seferovic, João Félix, Alfa Semedo e Rafa — o Benfica mostrou-se sem ideias e sempre muito dependente do desinspirado Pizzi. Aliás, esta desinspiração ficou bem patente ao minuto 22, quando o internacional português, com um minuto de intervalo, falhou duas vezes o remate e desperdiçou duas ocasiões flagrantes de golo para os “encarnados”, as primeiras que estes foram capazes de construir na partida até então.

Entrava-se na melhor fase do Benfica em todo o jogo: os últimos 20 minutos da primeira parte. Com Zivkovic de um lado e Grimaldo do outro a causarem desequilíbrios, a equipa de Rui Vitória ameaçou um par de vezes a baliza de Amir Abedzadeh. E foi já muito perto do intervalo que, em mais um lance de insistência dos benfiquistas, Jonas foi derrubado pelo guarda-redes maritimista e, na conversão da grande penalidade, marcou o único golo da partida.

No segundo tempo pouco ou nada se passou. O Marítimo, apesar de querer dar a volta ao marcador, deixou sempre bem evidentes as suas limitações e praticamente não criou perigo junto da baliza de Odysseas. Já o Benfica, limitou-se a controlar a partida e o resultado e durante os segundos 45 minutos só por uma vez esteve perto do golo, numa jogada em que Jonas já não teve forças para finalizar.

Com Montalegre (Taça de Portugal) e depois Sporting de Braga (campeonato) no horizonte, o Benfica terá duas boas oportunidades para comprovar as suas melhoras. Já o Marítimo tentará em Tondela colocar um ponto final à série de jogos sem vencer.

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