CDU nega “namoro com a direita autocrática” de Moreira e acusa Rio de ter “tiques repressivos” enquanto autarca

Coligação Democrática Unitária promete uma posição sobre as responsabilidades do PSD/CDS, do PS e do Movimento Rui Moreira sobre os terrenos da Arrábida

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CDU integra comissão de inquérito que investiga licenciamento do empreendimetno da Arcada na escarpa da Arrábida Andre Rodrigues

A CDU reagiu esta quinta-feira com veemência às críticas que o PSD fez à Coligação Democrática Unitária, acusando-a de “ser muleta” do movimento de Rui Moreira no processo de licenciamento do empreendimento da Arcada na base da escarpa da Arrábida, na marginal do Douro.

Em comunicado, a CDU tenta desmontar as ferozes acusações da concelhia social-democrata do Porto e devolve as críticas, afirmando que “estranha e inadmissível é a irresponsabilidade que o PSD demonstra com os pseudo-argumentos que escolhe para criticar a postura coerente da CDU”. “Não pode ser apenas desatenção dizer que a CDU se ‘mantém silenciada sobre o processo da Arrábida’: significa passar ao lado das nossas posições e comunicados ao longo dos anos, incluindo presente”, diz o comunicado da CDU, que, a par do movimento de Rui Moreira e do PAN permanecem na Comissão Eventual de Inquérito às construções da Arrábida, criada âmbito da Assembleia Municipal do Porto. PSD, PS e BE já abandonaram a comissão.

No texto que divulgou esta quarta-feira a propósito Comissão Eventual de Inquérito, o PSD aponta o dedo à coligação: “Não é admissível que a CDU assista de forma cúmplice e silenciosa a ataques a jornalistas e órgãos de órgãos de comunicação social. Não é compreensível que a CDU, que foi uma das primeiras forças políticas erguer a sua voz no caso Selminho, se mantenha silenciada sobre o mesmo e colabore numa enorme e inaceitável manobra de diversão mediática”.

“Basta sugerir a leitura das actas dos órgãos autárquicos onde a CDU teve intervenção na defesa do apuramento da verdade e na denúncia de irregularidades deste processo”, escreve a CDU, em comunicado tornado público esta quinta-feira, no qual justifica a razão pela qual se absteve no orçamento da Câmara do Porto para 2019.

Embalada, a CDU aproveita para falar dos mandatos do PSD na Câmara do Porto que – sublinha – “ficaram marcados pelo autoritarismo sobre os trabalhadores, pelo roubo de direitos que estes haviam conquistado, e por outros tiques repressivos, pelo que não admitimos ao PSD que sequer aponte qualquer crítica à CDU no que respeita à defesa dos trabalhadores”. E garante que “neste mandato tem tido um papel incansável na defesa dos trabalhadores, seja pela reposição das 35 horas, pela regularização dos vínculos precários, pela defesa dos mesmos direitos aos trabalhadores das empresas municipais, ou contra posições e posturas autocráticas que ainda persistem para com os trabalhadores”.

 No comunicado desta quarta-feira, o PSD-Porto não deixa de atacar a coligação, dizendo que “não é aceitável que a CDU, força política com passado de lutas pelos mais frágeis, se silencie quando funcionários são saneados por delito de opinião de familiares”.

Quanto às acusações de a “CDU ‘namorar a direita mais autocrática que a cidade conheceu desde o 25 de Abril’, o comunicado daquela força política declara a afirmação “absurda”. E atira: “Acaba por ser a admissão da sua própria postura autoritária quando assumiu a responsabilidade da gestão camarária. Reiteramos que, ao contrário do PSD, a CDU não toma posições atendendo a outros interesses que não sejam os do povo”.

Já sobre “as responsabilidades do PSD/CDS, do PSD e do movimento de Rui Moreira no que respeita às questões sobre os terrenos da Arrábida”, a CDU revela que apresentará a sua posição publicamente, como é natural, apenas e só após se levantar o compromisso de confidencialidade assumido, como o impõe a ética democrática que observamos”.

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