Miguel Januário chega à Tailândia em modo More or Less

Exposição a solo do projecto ±maismenos± na Tailândia inaugura a 14 de Dezembro na galeria WTF, em Banguecoque.

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Miguel Manso

O artista português Miguel Januário vai levar o projecto ±maismenos± à Tailândia, onde irá inaugurar a exposição a solo More or Less, na sexta-feira, 14 de Dezembro, na galeria WTF, em Banquecoque.

A exposição More or Less ("Mais ou Menos", em português) vai apresentar o trabalho de Miguel Januário ao público tailandês, mostrando paralelos "nas práticas de artistas de rua tailandeses e portugueses e os obstáculos a que eles resistem: restrição da liberdade de imprensa, nacionalismo, o excesso de exercício de autoridade e fragilidades da democracia", de acordo com informação disponível no site do Instituto Camões. No dia da inauguração, haverá uma conversa/apresentação com Miguel Januário e o artista e activista político tailandês Headache Stencil.

Através do ±maismenos±, iniciado em 2005 num contexto de investigação académica, Miguel Januário reflecte sobre o modelo de organização política, social e económica que gere a vida nas sociedades actuais. A exposição, organizada pela Embaixada de Portugal na Tailândia e o Camões - Centro Cultural Português em Banguecoque, em parceria com a WTF Gallery, ficará patente até 10 de Fevereiro.

O Instituto Camões lembra que, na Tailândia, "a intervenção artística é um fenómeno relativamente novo, muitas vezes levado a cabo clandestinamente por colectivos escondidos que respondem com micro-acções aos sistemas e estruturas de controlo, como por exemplo, as intervenções de rua de Black Pather e Watch, usando os rostos dos líderes políticos da Tailândia".

Com o projecto ±maismenos±, Miguel Januário mostra a sua faceta mais interventiva recorrendo a vários meios, como instalações, vídeo, pintura e performance. Em Maio, o artista português inaugurou a primeira exposição a solo no México, na Cidade do México, onde passou um mês em residência artística a convite da galeria Celaya Brothers. Nessa altura, realizou uma série de intervenções no espaço público, entre as quais uma marcha pré-eleitoral, em Abril, aproveitando o período de pré-campanha eleitoral que o país viva na altura.

Já no Verão, Miguel Januário levou o projecto ±maismenos± ao festival Roskilde, na Dinamarca, onde foi incluído no programa de artes e debate do festival de música, que se realiza anualmente desde 1971. Além de uma intervenção, foi responsável por uma oficina, aberta ao público, e fez uma palestra sobre o seu trabalho.

Paralelamente, está no processo de criação de um partido político, "uma plataforma onde as pessoas se possam sentir de alguma forma representadas". "Isto [a ideia de criação de um partido político] já é um processo — desde o início da ideia, pensar como poderia ser e criando até algumas intervenções, mais no campo da intervenção e não tanto no lado da política — [com] cerca de dois anos", contou à Lusa, em Setembro, em Lisboa, no festival Iminente. A intenção, explicou, "passa por criar até um certo canal alternativo de representação, que jogue mais com a criatividade e com a intervenção". "É para criar esse partido e descobrir mais ou menos o que poderá vir a ser."

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