Um Sporting alternativo que foi igual a si próprio

Triunfo “leonino” por 3-0, em Alvalade, frente ao Vorskla Poltava, no último jogo da fase de grupos da Liga Europa. Keizer mudou mais de meia equipa, mas ganhou opções bastantes credíveis para o futuro.

Foto
Montero marcou e saiu lesionado LUSA/MARIO CRUZ

E ao quinto jogo com Marcel Keizer no banco, o Sporting continua a sua relação próxima com os golos e as boas exibições. No jogo de despedida da fase de grupos da Liga Europa, os “leões” receberam, em Alvalade, o Vorskla Poltava e golearam sem grande dificuldade por 3-0.

Nada do que o Sporting pudesse fazer iria mudar o seu destino neste Grupo E (o Arsenal já tinha garantido o primeiro lugar e o estatuto de cabeça de série no sorteio para os 16 avos-de-final), mas nem por isso deixou de levar a sério este jogo, cumprindo, por acréscimo, vários objectivos, para lá da vitória com golos. Uns descansaram, outros aproveitaram a oportunidade, e o Sporting só tem a ganhar com isso.

Dizer que este Sporting está diferente em relação ao que era num passado recente é dizer o óbvio. Pode até fazer-se a comparação sobre o que foi, há cerca de dois meses, o jogo na Ucrânia. Com José Peseiro, o Sporting viu-se a perder por 1-0 aos 10’ e o resultado assim ficou até ao tempo de compensação, altura em que Jovane Cabral e Freddy Montero deram o triunfo aos “leões”. Nesta quinta-feira, em Alvalade, o Sporting construiu a vitória ainda na primeira parte e podia ter marcado bastantes golos mais. E com uma equipa alternativa.

Apenas três dos habituais titulares mantiveram o estatuto para este segundo jogo com os ucranianos (Coates, Acuña e Bruno Fernandes), com Keizer a dar minutos a alguns dos menos utilizados, incluindo dois que já não jogavam há um mês, Ristovski e Montero. E entre todos há um que pode bem tornar-se numa solução viável para um buraco que se abriu no meio-campo com a lesão prolongada de Wendel. Miguel Luís, uma boa herança do interino Tiago Fernandes, voltou a ser titular e coroou a sua boa exibição com o seu primeiro golo na equipa principal do Sporting.

Do Vorskla Poltava pouco há a dizer, a não ser que levou quase 20 minutos a passar do seu meio-campo e só conseguiu criar algum perigo (relativo) nas alturas em que o Sporting abrandava. Quando isso não aconteceu, foram os “leões” a circularem a bola como quiseram, a encontrarem múltiplos espaços que, com outro nível de eficácia, teriam dado para um resultado ainda mais volumoso. Na baliza do Vorskla, Tkachenko ainda conseguiu estar várias vezes no caminho dos remates dos jogadores do Sporting e também contribuiu para manter a derrota da sua equipa em números respeitáveis.

Depois de dois ameaços com bastante perigo, de Miguel Luís e de Montero, o Sporting chegou à vantagem aos 17’. Tudo começou num toque de calcanhar de Bruno Fernandes que deixou Acuña isolado no flanco. O argentino passou para Jovane, que ainda tentou a sua sorte, mas a bola acabaria por bater num defesa ucraniano antes de chegar a Montero, que a meteu na baliza.

Antes de chegar ao segundo, o Sporting ficou a dever a si próprio mais um par de golos, com Mané a não conseguir o melhor dos remates aos 20’ após deixar dois adversários pelo caminho, e com Petrovic a falhar de forma incrível um cabeceamento que parecia fácil, aos 22’.

Depois, aos 35’, Miguel Luís estreou-se a marcar pelos “leões” mais crescidos, concretizando com calma uma assistência cheia de classe de Bruno Fernandes. E, antes do intervalo, ainda houve tempo para mais um, aos 44’: mais uma grande jogada de Bruno Fernandes que Dallku, pressionado por Montero, encaminhou para a própria baliza.

Foi num contexto de vitória garantida perante fraca oposição que Marcel Keizer aproveitou para testar ainda mais jogadores que poderão ser úteis no futuro, todos eles da formação. O lateral Thierry Correia voltou a entrar, depois de ter feito alguns minutos frente ao Qarabag, com o avançado Pedro Marques e o médio Bruno Paz a estrearem-se na primeira equipa, substituindo, respectivamente, Montero (lesionado) e Bruno Fernandes. Nenhum deles fez com que a vitória fosse mais expressiva, mas todos mereceram os minutos que tiveram neste Sporting que já leva 20 golos marcados nas cinco vitórias em cinco jogos que leva com o seu novo treinador holandês. E pela primeira vez, não sofreu nenhum.

Sugerir correcção
Comentar