Guardas prisionais desafiam serviços prisionais a abrir processos disciplinares

A direcção-geral dos serviços prisionais acusa o sindicato de "boicotar" a aplicação dos serviços mínimos decretados para a greve a realizar entre 14 e 18 de Dezembro.

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Jorge Alves, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) LUSA/MIGUEL A. LOPES

O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) desafiou nesta quarta-feira a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) a abrir inquéritos disciplinares, caso considere terem sido ultrapassados os limites legais na greve, recordando que já foram abertos 200 processos este ano.

"Se [o director-geral de Reinserção e Serviços Prisionais?] acha que estamos a ultrapassar os limites legais, que abra processos disciplinares aos guardas", disse à agência Lusa o presidente do sindicato. Jorge Alves avançou que o director-geral dos serviços prisionais, Celso Manata, já abriu este ano 200 processos disciplinares aos guardas prisionais.

A reacção de Jorge Alves surge após a DGRSP ter acusado o sindicato de tentar boicotar os serviços mínimos decretados para a greve a realizar entre 14 e 18 de Dezembro, na sequência de um comunicado enviado pelo SNCGP aos delegados, na terça-feira, com as orientações que devem ser seguidas durante a greve.

"O sindicato pede extremo zelo, apela a que os procedimentos se façam a uma cadência e com práticas que inviabilizam a concretização do objectivo pretendido em tempo útil, o que, objectivamente, potenciará situações de incompreensão e de protesto por parte das visitas e dos reclusos", refere a DGRSP.

Jorge Alves sublinhou que, ao pedir aos delegados para serem zelosos, está a apelar para o cumprimento da lei em relação ao controlo e fiscalização das visitas. 

O sindicalista lamentou ainda este comunicado dos serviços prisionais, considerando que a DGRSP "está a tentar influenciar a opinião pública contra o corpo dos guardas prisionais".

O SNCGP iniciou no dia 6 de Dezembro uma greve entretanto estendida até dia 27 de Dezembro, admitindo mais paralisação até ao fim do ano e greve de zelo durante todo o ano de 2019.

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