Tiros, perseguição policial e álcool. A noite louca de um deputado do PSD-Madeira
Deputado social-democrata no parlamento madeirense foi apanhado a conduzir com excesso de álcool. Antes de ser detido, terá tentado fugir.
Perseguição policial. Tiros disparados para o ar. Muito álcool. Um deputado detido no Funchal. O caso que envolve Luís Miguel Calaça, deputado do PSD na Assembleia Legislativa da Madeira, aconteceu no início do mês (2 de Dezembro), mas só foi conhecido, com estrondo, nesta terça-feira, primeiro dia do debate do Orçamento Regional para 2019.
A notícia da detenção do parlamentar, avançada durante a tarde pelo DN-Madeira, agitou a bancada social-democrata, ao ponto dos deputados não conseguirem disfarçar o incómodo, numa altura em que defendiam o último orçamento da legislatura do governo de Miguel Albuquerque.
O chefe do executivo madeirense foi mesmo à bancada do partido pedir explicações a Luís Miguel Calaça e trocar impressões com José Prada, jurista e futuro secretário-geral do PSD-Madeira. De semblante fechado, Albuquerque questionou o deputado sobre a veracidade da notícia e não escondeu o desagrado com a situação.
Em causa está uma rotineira operação de fiscalização de trânsito montada num dos acessos à cidade do Funchal, na madrugada de domingo, 2 de Dezembro. O automóvel conduzido pelo deputado social-democrata de 39 anos, a cumprir o primeiro mandato no parlamento madeirense, foi mandado parar por uma brigada de trânsito da PSP, mas não respeitou a ordem.
Em vez de parar, Luís Miguel Calaça acelerou a viatura para fugir do local. Pelo caminho, quase terá abalroado um agente policial, que terá depois disparado dois tiros para o ar, na tentativa de dissuadir a fuga.
O deputado viria a ser interceptado ainda nessa madrugada, depois de uma perseguição policial na baixa do Funchal, em que foram mobilizados reforços da PSP. Detido e levado para a esquadra, foi libertado depois com termo de identidade e residência.
Além do crime de condução sob efeito de álcool (foi registada uma taxa de alcoolemia de 1,87 g/l), o parlamentar incorre num crime de desobediência e outro de tentativa de atropelamento do agente policial. Em comunicado, o deputado refere-se às notícias vindas a público e assegurou estar "totalmente disponível para colaborar com a justiça", inclusivamente para que lhe seja levantada a imunidade parlamentar.