Acabe-se o granel

Portugal é um país pequeno com uma cornucópia de produtos deliciosos. Não dá para se vender a granel, perdendo qualquer controlo de qualidade e deixando os seus créditos por mãos alheias.

Continuando a minha fantasia ditatorial proibiria logo a exportação de azeite português em granel. Todos sabemos o que vai acontecer a este azeite: os espanhóis compram-no para vender como azeite italiano. É por isso que Carlos Coelho tem feito uma brilhante campanha para ganharmos juízo e darmos valor ao azeite que produzimos.

Que seria do nosso vinho do Porto se fosse vendido em pipas para outros fazerem as misturas que quisessem para fazer esticar o vinho e os lucros? Que aconteceria à reputação do vinho do Porto?

Os italianos não produzem azeite suficiente para o consumo doméstico mas mesmo assim exportam muito azeite italiano. Perderam a longa batalha que travaram para que se pudesse chamar italianos e made in Italy aos lotes de azeites turcos e espanhóis que eram misturados por italianos de acordo com o gosto italiano. Mas, mesmo assim, o azeite italiano nunca falta.

Portugal é um país pequeno com uma cornucópia de produtos deliciosos. Não dá para se vender a granel, perdendo qualquer controlo de qualidade e deixando os seus créditos por mãos alheias.

Vejam-se os enormes progressos feitos nos vinhos de mesa e na construção de uma imagem externa de Portugal como país de vinhos bons, baratos e caros.

O mesmo há-de acontecer com os azeites. Tal como aconteceu nos vinhos tem de haver uma reviravolta nas práticas e nas atitudes, para produzir azeites mais jovens e mais limpos.

A qualidade e a quantidade de bons azeites portugueses têm aumentado muito nos últimos anos. Agora só falta respeitá-lo.

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