Benfica e AEK vão jogar pelo orgulho e pelo cheque

Rui Vitória quer aumentar receita do Benfica na Liga dos Campeões. Quanto à Liga Europa, diz que não faz planos “a longo prazo”

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Rui Vitória em conferência de imprensa no Seixal, na véspera do jogo com o AEK de Atenas, esta quarta-feira LUSA/TIAGO PETINGA

O Benfica coloca esta noite um ponto final na participação na Liga dos Campeões e vai escrever o próximo parágrafo a partir de Fevereiro, na Liga Europa. O AEK, único adversário ao qual a equipa de Rui Vitória conseguiu ganhar nas competições europeias nas últimas duas épocas, visita a Luz (20h, TVI) para um duelo entre equipas que já têm o destino traçado: terceiro lugar para os “encarnados”, último para os gregos. Há pouco mais do que o orgulho e o prémio monetário (2,7 milhões para quem vencer, ou 900 mil euros para cada um em caso de empate) em jogo.

Passaram duas semanas desde que o Benfica foi goleado em Munique (5-1), um resultado pesado que precipitou uma crise latente no emblema da Luz. Numa reunião da direcção “encarnada”, o despedimento de Rui Vitória foi dado como adquirido, mas o presidente Luís Filipe Vieira reconsideraria e optou por manter o técnico no cargo “até ao final da época”. Ultrapassada a turbulência, o treinador prometeu “mudanças” e a equipa venceu os três jogos disputados desde então (contra Feirense, Paços de Ferreira e V. Setúbal), com sete golos marcados e nenhum sofrido.

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Para a despedida da principal competição europeia de clubes, Rui Vitória garante que não vai faltar motivação aos seus jogadores. “Queremos terminar a vencer e somar mais quase três milhões de euros para aumentar o total desta receita do Benfica na edição 2018-19 da Liga dos Campeões. Tudo isso nos motiva, tal como o prestígio e a vontade de fazer sete pontos no Grupo E”, sublinhou o técnico na antevisão da partida.

O destino do Benfica na Liga dos Campeões poderia ter sido muito diferente, admitiu Rui Vitória, que não digeriu os resultados averbados contra o Ajax (derrota em Amesterdão e empate em Lisboa): “O que fez a diferença foi o match-point nos desafios entre nós e o Ajax, em que o adversário, naqueles 30 segundos de um jogo e de outro, acabou por ser a equipa que marcou. A grande diferença esteve aqui, na minha opinião.”

Segue-se a Liga Europa – o sorteio dos 16 avos-de-final realiza-se na próxima segunda-feira – mas Rui Vitória não quis perspectivar o que poderá ser o trajecto do Benfica na prova. “Depois veremos qual será o adversário, pensando jogo a jogo. Não vale a pena estarmos com muitos cenários”, afirmou o técnico. “Vamos atacar [a Liga Europa] de uma forma objectiva, querendo passar cada adversário, não fazendo planos a longo prazo, porque a este nível competitivo tem de ser jogo a jogo. Queremos sempre estar na Liga dos Campeões e vamos fazer todo o trabalho para estar lá, mas agora é a Liga Europa e vamos pensar nela no momento certo”, acrescentou.

Até lá haverá outras coisas em que pensar. A partida frente ao AEK será a primeira de cinco que o Benfica vai disputar em duas semanas e meia, mas Rui Vitória garantiu que a equipa está preparada para este período mais exigente. “Isto é algo que já estava definido. Temos de pensar sempre a equipa de forma a estarmos em cada um dos jogos o mais preparados possível para vencer”, concluiu.

Para os gregos, a partida desta noite na Luz é a última oportunidade de salvar a face: prestes a despedir-se da Liga dos Campeões, prova à qual regressou após 12 anos de ausência, o AEK é a única equipa ainda sem qualquer ponto somado nesta fase de grupos. “A primeira coisa que temos a fazer é jogar melhor do que nas partidas anteriores e, principalmente, não cometer os mesmos erros”, sublinhou o treinador Marinos Ouzounidis.

“Acho que poderíamos ter conseguido algo mais neste grupo. No primeiro jogo com o Benfica tivemos um resultado muito injusto e isso custou-nos a vários níveis, tanto para a continuação na Champions como, em termos psicológicos, no campeonato. Estes jogos na Liga dos Campeões, para nós, são algo sem precedentes, algo com que todos aprendemos e que nos faz constantemente querer melhorar”, concluiu o técnico do AEK.

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