PSD perde militante histórico e antigo líder da JSD adere à Aliança

Virgílio Costa bate com a porta ao fim de mais de 40 anos de militância e diz que sai por causa da liderança de Rui Rio.

Santana Lopes entregoua s assinaturas para fundar a Aliança em Setembro de 2018
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Santana Lopes entregoua s assinaturas para fundar a Aliança em Setembro de 2018 Nuno Ferreira Santos
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Jorge Nuno de Sá com Santana Lopes e Helena Lopes da Costa em 2004 Fernando Veludo
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Virgílio Costa

O santanista Virgílio Costa, que foi um destacado dirigente do PSD, pôs um ponto final na relação com o seu partido de sempre ao fim de mais de 40 anos de militância por discordar de “algumas práticas internas, de ausência de intervenção política e de combate relativamente à governação”.

“Não estou desiludido com os ideais, nem com os objectivos políticos do PSD, estou em desacordo com a forma como a actual liderança projecta o partido”, afirmou ao PÚBLICO o antigo vice-presidente da direcção do grupo parlamentar social-democrata, quando Luís Filipe Menezes era presidente.

“Deixo este PSD sem mágoas, sem queixas, sem tragédias. Discordo da estratégia política. Eu decidi sair, não das causas, não do humanismo, não da social-democracia. Saio contra esta liderança em que não me revejo e que, por isso, não consigo apoiar”, afirmou o antigo líder do PSD de Braga durante vários mandatos.

Em declarações ao PÚBLICO, Virgílio Costa mostra-se profundamente desiludido com Rui Rio, mas recusa fazer juízos de valor ou de carácter. “O dr. Rui Rio é o líder do meu partido e, como militante, acato a liderança dele, mas como pessoa que assumiu cargos e responsabilidades no partido não posso deixar de perceber que não sei o que se está a passar”, disse o antigo deputado social-democrata, que promete entregar ainda esta semana o seu cartão de militante.

Apesar de ser um santanista de gema, Virgílio Costa diz não pretender inscrever-se na Aliança muito embora nas eleições internas para a liderança do PSD tenha apoiado Pedro Santana Lopes.

O ainda militante assume que lhe custou tomar a decisão de abandonar o PSD – “é sempre doloroso cortar uma relação com mais de 40 anos” –, mas sublinha que “há momentos em que se nós não afirmarmos a nossa liberdade começamos a perder o direito a ela”. 

Já Jorge Nuno de Sá desiludiu-se com o PSD mais cedo. O antigo líder da Juventude Social-Democrata, agora com 41 anos, diz ter encontrado na Aliança o caminho que já não encontrava no PSD, partido do qual se desfiliou no final do Verão do ano passado. Um ano depois, ingressa na Aliança, aceitando ainda o convite para coordenar a comissão instaladora do partido de Viana do Castelo.

Ao PÚBLICO, o antigo deputado, que também foi autarca, dá conta de que saiu do PSD por ter começado a sentir que aquele não era o caminho que queria seguir. “Achava que o PSD já não fazia sentido porque tinha deixado de me identificar com a forma de funcionamento dos partidos”, afirma o agora militante da Aliança.

Entusiasmado com o novo projecto político, Jorge Nuno de Sá cita o estadista britânico Winston Churchill para dizer que “mudou de partido para não mudar de convicções” e garante que quando decidiu afastar-se do PSD sentiu que fazia falta um novo partido político, mas sozinho não tinha “nem capacidade nem motivação suficiente” para o fazer, daí que tenha agora apanhado a boleia do recém-criado partido de Pedro Santana Lopes.

Declarando que a “Aliança está na política portuguesa com a perspectiva de construir com alegria”, o ex-social-democrata, agora consultor e formador especializado na área da protecção de dados, aponta os três eixos de desenvolvimento da pessoa humana em que assenta o novo partido político: personalismo, liberalismo e pilar solidário”.

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