Uma nova promotora musical, de nome Gig Club, vai organizar concertos por subscrição, em que os sócios pagam uma subscrição anual que garante prioridade nos eventos organizados.
Embora o pré-registo já esteja aberto, o Gig Club só vai estar disponível online a partir de quarta-feira, 12 de Dezembro. Porto e Lisboa são as primeiras cidades a receber o serviço, mas, de acordo com o comunicado da organização, o objectivo é chegar a Madrid, Barcelona, Londres e Berlim. A promotora quer realizar em média um concerto por mês, além de actividades adicionais como festas para escuta de discos em antestreia e concertos em locais secretos, que só são divulgados em cima da hora.
Em declarações à Lusa, o fundador do Gig Club, João Afonso, explicou que a ideia se formou por, "enquanto melómano", querer ver concertos de bandas emergentes que não tinham palco onde actuar face à falta de vontade de arriscar por parte de quem programa. "O problema não é do público, é dos promotores não conseguirem chegar a esse público, e comecei a pensar em como seria criar um canal para promover o concerto de uma banda menos conhecida", afirmou João Afonso.
Nos primeiros seis meses, o projecto pretende alcançar quatro mil sócios em Lisboa e no Porto. Os subscritores terão de pagar 50 euros por cidade ou 80 euros para acesso a concertos em todas as cidades da rede, neste caso Lisboa e Porto, estando previsto o envolvimento de salas como o Lux, o MusicBox e o Lisboa ao Vivo, na capital, e o Hard Club e o Pérola Negra, no Porto. O preço da subscrição anual garante um bilhete gratuito e descontos nas demais entradas, além de outros privilégios.
"Os concertos normais de agenda vão ser anunciados regularmente, vamos dar primazia aos nossos sócios, só depois sairá cá para fora [para o público em geral] e depois os concertos secretos serão em locais inusitados", explicou João Afonso.
Os primeiros concertos a anunciar pelo novo projecto são os da canadiana Jessy Lanza (23 e 24 de Janeiro, no Porto e em Lisboa, respectivamente), da banda Low Roar (12 e 13 de Fevereiro, em Lisboa e Porto) e o regresso a Portugal do saxofonista norte-americano Kamasi Washington (10 e 11 de Maio, no Porto e em Lisboa).
Quanto ao universo musical no qual se pretendem mover, João Afonso refere que há "abertura para programar em diversas vertentes", em particular abrangendo o jazz, electrónica, a world music e "o chamado indie". "Sabemos que estamos a correr alguns riscos, em especial no primeiro ano. [Mas nas] primeiras bandas não estamos a arriscar tanto quanto isso", referiu o fundador do projecto.