Concessionário quis comprar Edifício Transparente

Rui Moreira diz que a câmara desistiu da venda quando percebeu que o imóvel estava na lista dos espaços a demolir no âmbito do Plano da Orla Costeira

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O Edifício Transparente está concessionado até 2024 Adriano Miranda

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, revelou, na reunião do executivo desta terça-feira, que os concessionários do Edifício Transparente quiseram comprar o imóvel que o município tentou alienar durante mais de um ano. O negócio não se concretizou, explicou o autarca, porque a câmara recuou na intenção de venda, ao saber que a proposta do Plano da Orla Costeira – Caminha Espinho prevê a sua demolição.

Depois de tentar alienar o edifício construído na marginal da cidade numa hasta pública que ficaria deserta, o município manteve em aberto, como é normal, durante um ano, a possibilidade de venda por ajuste directo, com o benefício de um desconto de 5% sobre o preço base de 7,96 milhões de euros. Em Fevereiro, em declarações à Lusa, fonte da autarquia limitou-se a referir que “a Câmara do Porto não concretizou a venda do Edifício Transparente”, mas Rui Moreira explicou agora que, ao contrário do que aquela informação poderia levar a crer, não foi por falta de interessados.

Segundo um autarca, o interesse foi manifestado pelos concessionários e as negociações só não foram avante porque surgiu, entretanto, a informação que o edifício poderia estar condenado. “Pareceu-nos que não seria lícito alienar porque estávamos a enganar o comprador. O interessado compreendeu. Explicámos que compreendendo que a câmara queria vender e que os senhorios queriam comprar, não posso vender porque os senhores correm o risco de comprar algo muito difícil”, disse o autarca, depois de a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, o ter questionado sobre a existência de alguma informação mais actual relativa ao futuro do imóvel.

O edifício está concessionado à HotTrade até 2024. Uma das razões que levou a câmara a querer aliená-lo foi o estado de degradação do imóvel, que não recebe qualquer trabalho de beneficiação por alegada incapacidade da concessionária em assumir esses custos.

Rui Moreira afirmou, esta terça-feira, que, no seu entender, o edifício “está condenado a prazo”. “Ninguém lá vai pregar um prego, acho eu”, disse.

O POC – CE previa a demolição de um conjunto de edifícios na faixa litoral que abrange, incluindo o Edifício Transparente. O documento encontra-se, actualmente, em discussão pública.

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