FC Porto joga em Istambul por 2,7 milhões e um recorde de 22 anos

Com o primeiro lugar do Grupo D e o apuramento para os oitavos-de-final garantidos, Sérgio Conceição vai poupar alguns jogadores frente ao Galatasary, mas se vencer iguala uma marca de António Oliveira.

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Treino do FC Porto na Turquia LUSA/TOLGA BOZOGLU

Nos próximos 32 dias, período durante o qual o planeamento de qualquer técnico será condicionado pelo Natal e pela Passagem de Ano, Sérgio Conceição terá oito jogos para preparar. Com uma média de uma partida a cada quatro dias e sem oportunidade de gerir o plantel na Taça da Liga — apenas um triunfo contra o Belenenses SAD garante aos “dragões” a qualificação —, o técnico aproveitará nesta terça-feira, contra o Galatasaray, uma vantagem que, provavelmente, não estaria na organização do mês de Dezembro feita no início da época: para o FC Porto, o último jogo do Grupo D da Liga dos Campeões será um pró-forma. Para alguns dos mais influentes jogadores portistas, isso significará uma inesperada folga extra em Istambul.

O primeiro lugar do Grupo D foi garantido no final de cinco dos seis assaltos previstos, mas após atingir mais um objectivo, Sérgio Conceição voltou a não se colocar em bicos de pés. Há duas semanas, na recepção ao Schalke 04, a nona vitória consecutiva do FC Porto fez o treinador de Coimbra igualar um feito apenas alcançado por Jesualdo Ferreira no FC Porto — garantir em duas temporadas consecutivas um lugar entre os 16 melhores da Champions —, mas agora, com a oportunidade de acrescentar mais uma insígnia ao seu currículo — o recorde de 16 pontos do FC Porto numa fase de grupos foi conseguido por António Oliveira em 1996-97 —, Conceição desvalorizou o trajecto quase perfeito dos “dragões”. “Passar em primeiro e com 16 pontos seria uma imagem do que tem sido o FC Porto nos últimos anos, um clube que a par de outros dois grandíssimos clubes [Barcelona e Real Madrid] tem mais presenças [23] na Liga dos Campeões. É um clube histórico na Europa e no mundo. Não fizemos mais do que tínhamos de fazer, que é passar”, disse o técnico.

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A exigência e o elevar da fasquia não farão, no entanto, o treinador pôr de lado o lado racional. Após a longa viagem a Istambul, o FC Porto terá de viajar para os Açores, onde defronta já no sábado uma das boas surpresas da I Liga (Santa Clara), e, dessa forma, Militão e Otávio nem sequer viajaram para a Turquia, tal como Soares (não está inscrito) e o castigado Corona. As poupanças podem, porém, não ficar por aqui. Sem contar com os três guarda-redes, quatro dos 17 convocados têm jogado pela equipa B “azul e branca”: Jorge, Diogo Leite, Bruno Costa e Madi Queta. Tudo uma questão de “gestão”, reconheceu nesta segunda-feira Conceição na sala de imprensa do Türk Telekom Arena: “Para este jogo pensei em 17 jogadores e três guarda-redes. São os que me dão mais garantia para o jogo de amanhã [hoje]. Estão todos preparados para jogar, ficar no banco ou na bancada. Olhamos para o momento e não para recordes. A gestão é feita dependendo dos jogos, de um ou outro problema físico que por vezes aparece e as pessoas não têm conhecimento. É tudo trabalhado ao pormenor.”

A atravessar um momento conturbado — apenas duas vitórias nos últimos 11 jogos — e num incómodo 7.º lugar no campeonato turco, o Galatasaray estará privado de um quarteto importante (Aziz, Akbaba, Gümüs e Belhanda), mas o experiente Fatih Terim mostrou-se confiante em segurar o 3.º lugar do Grupo D e seguir para a Liga Europa, onde o treinador quer repetir uma proeza que conseguiu há quase duas décadas, com Taffarel na baliza, Popescu na defesa, Hagi no meio-campo e Sükür no ataque: “Em 2000 estávamos na Liga dos Campeões, fomos para a Liga Europa, e acabámos por vencer. Pode ser que este ano aconteça o mesmo.”

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