Vai haver clubes Ciência Viva em 237 escolas

Governo disponibiliza dois milhões de euros no próximo ano para financiar actividades desta rede. Universidades, politécnicos e laboratórios científicos vão colaborar com os estabelecimentos de ensino.

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Andre Rodrigues

Um conjunto de 237 escolas portuguesas vai poder contar com a colaboração de investigadores de universidades, politécnicos e laboratórios científicos para criarem programas de promoção da Ciência junto dos seus alunos. A rede Clubes Ciência Viva na escola vai ter dois milhões euros à disposição no próximo ano, para financiar as suas actividades, anunciou esta sexta-feira o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

Serão as instituições científicas quem vai dizer às escolas o tipo de conhecimento que têm para lhes oferecer. Os estabelecimentos de ensino vão “escolher os seus parceiros, em função dos projectos que tiverem”, explica ao PÚBLICO a presidente da agência Ciência Viva, Rosalia Vargas. O programa é promovido pelo Ministério da Educação em parceria com este organismo público. “O trabalho vai fundamentalmente assentar em parcerias”, acrescenta a mesma responsável.

Além das instituições de ciência e ensino superior, também as autarquias e os centros Ciência Viva espalhados pelo país vão integrar esta iniciativa. “A grande vantagem deste programa será o trabalho em rede”, valoriza a mesma responsável.

A outra “mais-valia” identificada pela presidente da Ciência Viva foi a criação de centenas de clubes de ciências nas escolas do país desde que, em Março, o Governo anunciou a intenção de estabelecer esta rede. Ao todo, 237 escolas associaram-se à iniciativa, entre estabelecimentos públicos e privados e também cinco escolas do ensino profissional. Estão abrangidos 125 concelhos de todo o país (cerca de 40% do total), no continente e nas ilhas, bem como as escolas portuguesas de Moçambique e S. Tomé e Príncipe.

Os Clubes Ciência Viva na escola terão dois milhões de euros para financiar as suas actividades no próximo ano. O número de escolas que decidiram juntar-se à rede levou a que a verba fosse aumentada, em 500 mil euros, desde o anúncio inicial da medida por parte do Governo, há oito meses.

As escolas podem agora apresentar os seus projectos para justificar o apoio. A selecção será feita pela agência Ciência Viva e pela Direcção-Geral de Educação, as duas entidades que coordenam o programa. Esse concurso vai ser lançado em Janeiro e será financiado por fundos comunitários nas regiões mais pobres e que são elegíveis para apoio de Bruxelas, e pelo Orçamento do Estado, no resto do país.

O reforço de verbas foi anunciado pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, na sexta-feira, na primeira Jornadas de Parcerias da rede de Clubes Ciência Viva na escola, que aconteceu no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa. Seguem-se, no início do próximo ano, iniciativas idênticas no Porto, Bragança, Faro e Proença-a-Nova.

“Não havia nenhuma ferramenta que os fizesse chegar a todas as nossas escolas”, afirma o ministro da Educação para justificar esta medida. A intenção do Governo é que, “de uma forma lúdica” seja possível “contribuir para o aumento da capacidade científica da sociedade”.

Cada uma das escolas pode escolher as áreas científicas que pretende abordar nos respectivos clubes – tendo a possibilidade de escolher mais do que uma. Quase todos os estabelecimentos de ensino privilegiaram as Ciências Naturais (que serão um dos temas a abordar em 87% dos clubes) e a Físico-Química (84%). Menos populares são a Matemática (37%) e as Tecnologias da Informação e Comunicação (23%). A área científica sobre a qual recaíram menos escolhas são as Ciências Sociais e Humanas que vão ser objecto de cerca de um quinto das escolas envolvidas.

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