Inspectores da PJ anunciam dois dias de greve em Janeiro

Profissionais querem revisão do seu estatuto e contagem do tempo em que carreiras estiveram congeladas. Queixam-se igualmente da falta de efectivos e de investimento na estrutura.

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Fábio Augusto

Os inspectores da Polícia Judiciária vão realizar dois dias de greve em Janeiro, que vai acontecer em conjunto com os sindicatos que representam os restantes funcionários da PJ, revelou esta sexta-feira a Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal.

"Foi decidido dois dias de greve que serão implementados em conjunto com os sindicatos dos outros funcionários da PJ e que, no limite máximo, poderão incapacitar a polícia durante cerca de 15 dias", disse à agência Lusa o presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC), Ricardo Valadas. E acrescentou: "Dois dias de greve por cada sindicato vão parar a PJ, porque nenhuma das estruturas funciona sozinha. Estão todas interligadas e dependentes umas das outras".

A paralisação de dois dias foi decidida na assembleia-geral da ASFIC, realizada na quinta-feira, de onde também saiu a realização de uma greve ao trabalho extraordinário durante um mês.

"Durante um mês a investigação criminal só vai trabalhar das 9h às 17h. Todo o trabalho suplementar não se irá realizar", disse Ricardo Valadas, explicando que esta greve será em Janeiro, mas que ainda não há uma data precisa para o seu início.

O presidente do sindicato que representa os inspectores da PJ adiantou que os dois dias da greve a realizar em Janeiro ainda não estão decididos, estando as datas a ser acertadas com os sindicatos que representam os restantes funcionários da Polícia Judiciária, designadamente os dos administrativos e da segurança.

Ricardo Valadas frisou que o motivo principal destas greves é a revisão do estatuto profissional, mas também a contagem do tempo em que as carreiras estiveram congeladas, uma vez que os investigadores da PJ têm uma carreira especial, como os professores.

Os inspectores da PJ protestam também contra a falta de efectivo e de investimento na estrutura da PJ. Segundo Ricardo Valadas, o quadro da PJ está envelhecido, sendo a média de idades dos inspectores de 49 anos.

"Reiteradamente fala-se no investimento do combate à corrupção, mas as pessoas que trabalham nestas áreas e trabalham na própria estrutura da polícia são cada vez menos", sustentou.

O sindicalista salientou que, durante três anos, realizaram-se negociações com tutela e nada foi feito, tendo-se "esgotado tudo o que havia para esgotar em termos de negociação".

O presidente do sindicato que representa os inspectores da PJ admitiu ainda novas acções de luta no próximo ano em conjunto com outras estruturas das forças e serviços de segurança com problemas idênticos.

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