Frente Comum defende que não há aumentos salariais na função pública

"O que se passou é o que estávamos à espera: a inexistência de uma proposta de aumentos salariais. É inaceitável”, defendeu hoje Ana Avoila

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RG Rui Gaudencio

A coordenadora da Frente Comum dos sindicatos da administração pública, Ana Avoila, disse hoje que se mantém a "inexistência de aumentos salariais", defendendo que o Governo apresenta uma "argumentação falaciosa".

"O que se passou é o que estávamos à espera: a inexistência de uma proposta de aumentos salariais. É inaceitável. O salário mínimo foi hoje aprovado na Concertação Social para 600 euros, a administração pública tem que os aplicar a cerca de 70 mil trabalhadores e dá um aumento de 55 euros a esses, [enquanto] os outros 600 mil ficam sem aumentos de salários", disse Ana Avoila aos jornalistas após sair da reunião com o Governo, em Lisboa.

De acordo com a coordenadora da Frente Comum, o Governo apresentou uma "argumentação falaciosa" de combate à pobreza, tendo em conta que é obrigado a "aumentar o primeiro nível da tabela remuneratória única", em função do aumento do salário mínimo nacional, hoje apresentado aos parceiros sociais.

"O que não faz sentido é não haver dinheiro para fazer aumentos salariais a quem não é aumentado há dez anos, com tanto dinheiro que há lá no orçamento", vincou.

Ana Avoila disse ainda que, face a esta situação, os trabalhadores "vão reagir, vão mobilizar-se e vão lutar", não pondo de lado a hipótese de uma nova greve.

O Governo propôs hoje aos sindicatos um aumento no nível mais baixo de remuneração da administração pública de 580 euros para 635 euros, segundo um comunicado do Ministério das Finanças.

Também hoje, na reunião da Concertação Social, o Governo propôs que o valor do salário mínimo nacional seja fixado nos 600 euros a partir de 1 de Janeiro de 2019. O salário mínimo nacional é actualmente de 580 euros.

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