Reclusa morre na prisão de Tires

Uma outra mulher, doente cardíaca, que está na mesma prisão, foi levada ao hospital por precaução, após um exame de rotina ter detectado tensão arterial alta.

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Carlos Lopes /Público

Uma reclusa do Estabelecimento Prisional de Tires, em Cascais, foi encontrada inanimada na cela esta quarta-feira de manhã, tendo sido declarado o óbito meia hora depois, após a realização de manobras de reanimação. O corpo da mulher com cerca de 30 anos foi encaminhado para autópsia, ainda não se conhecendo a causa da morte.

“Pelas 8h do dia 5 de Dezembro, as reclusas que coabitavam na camarata com uma terceira companheira chamaram, informando que a colega se encontrava inanimada”, refere a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, numa resposta enviada ao PÚBLICO. Os serviços clínicos da cadeia, acrescentam os serviços prisionais, “procederam imediatamente a manobras de reanimação, tendo igualmente sido chamado o Instituto Nacional de Emergência Médica, que veio a confirmar o óbito às 8h30”.

O corpo foi encaminhado para o Instituto Nacional de Medicina Legal para autópsia, “pelo que se desconhece, por ora, a causa de morte”, completa a direcção-geral.

O presidente do Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional, Júlio Rebelo, avançara com a informação da morte da reclusa e da hospitalização de uma outra, referindo que ambas seriam suspeitas de sobredosagem medicamentosa. Mas os serviços prisionais esclarecem que a hospitalização de outra reclusa, que aconteceu esta quarta-feira à tarde, nada tem a ver com a referida morte e que a ida dessa mulher ao hospital se fez apenas por prevenção.

“Numa outra reclusa do Estabelecimento Prisional de Tires, que é doente cardíaca, durante uma avaliação de rotina, foi detectado que estava com a pressão arterial alta, pelo que, por prevenção, foi levada a observação em hospital”, informa a direcção-geral. A reclusa regressou de seguida à cadeia e, segundo os serviços prisionais, encontra-se “bem”.

Sobre a causa da morte da outra reclusa, a resposta sublinha que a causa ainda é desconhecida, mas acrescenta: “Todavia, o percurso prisional da reclusa não permite, à partida, presumir, que esta tenha resultado de overdose”.

Ambiente tenso nas cadeias

Esta semana tem-se vivido um ambiente tenso nas cadeias portuguesas, depois de na terça-feira, ao fim da tarde, um grupo de reclusos no Estabelecimento Prisional de Lisboa se ter revoltado por saber com apenas algumas horas de antecedência que a visita do dia seguinte não se realizaria. Houve gritos, material partido, caixotes e colchões queimados. 

O motim aconteceu entre duas greves do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), uma estrutura que tem mais 18 dias de greve marcados, em três períodos, até à antevéspera de Natal. O presidente do sindicato, Jorge Alves, acusa o Governo de estar a brincar com os guardas prisionais, já que esteve vários meses a negociar a revisão do estatuto socioprofissional da classe e na última reunião, em final de Novembro, informou-os de que, afinal, não pretendia rever esse diploma. 

Além disso, os guardas exigem que os seus vencimentos, que são equiparados aos da PSP, acompanhem os escalões adoptados por aquela polícia. E reivindicam duas novas categorias para a classe (guarda-coordenador e chefe-coordenador).

Lembram que não existem cursos para chefes há 17 anos e que tal faz com que muitos guardas estejam a exercer essa função sem receberam o respectivo acréscimo remuneratório. Os guardas queixam-se ainda de não saberem se e como as progressões serão descongeladas nas suas carreiras.

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