O nosso pequeno

O meu pequeno-almoço favorito é café de filtro, uma torrada de pão Barbela da padaria Gleba, manteiga da Ilha das Flores e queijinhos frescos da Quinta das Romãs espevitados por pimenta da terra Corisca.

Um comentário recente de Alvarinho Bruto pôs-me a pensar no problema do pequeno-almoço português. Será uma bica, um jesuita e um cigarro? Ou haverá mesmo dez milhões de pequenos-almoços portugueses?

O meu pequeno-almoço favorito é café de filtro, uma torrada de pão Barbela da padaria Gleba, manteiga da Ilha das Flores e queijinhos frescos da Quinta das Romãs espevitados por pimenta da terra Corisca.

De resto parece-me que os açorianos é que nos devem inspirar os pequenos-almoços. Têm queijos maravilhosos para começar o dia. Ultimamente tenho-me deliciado com queijo da Graciosa, queijo Império do Pico e São João do Pico, queijo Morro do Faial e queijo curado do Corvo.

São todos muito bem feitos e cremosos mas cada um tem uma personalidade inconfundível. O único que não recomendo para o pequeno-almoço é o queijo de salsa e alho, temperado com grande perícia equilibrista.

Para quem acorda cedo e vai trabalhar, como é o caso de Alvarinho Bruto, o pão da Gleba dura uma semana inteira, os queijinhos duram quatro dias, a manteiga dura quinze e os queijos duram mais ainda, caso se dê a raríssima ocorrência de não terem sido já comidos.

Para quem gosta de doces há a nossa espantosa marmelada que tem de ser caseira para respeitar a acidez adstringente do marmelo. Para as torradas há um bom doce de ginja da marca Beirabaga que custa 3 euros e sabe mesmo a ginja - não é só a cor.

O luxo é o café acabado de moer e de filtrar. Leva cinco minutos mas vale bem a pena acordar cinco minutos mais cedo para fazê-lo.

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