Parque da EMEL em Alcântara está à venda para dar lugar a condomínio

Última fase do condomínio Alcântara Rio está projectada para terreno que a EMEL adaptou a parque de estacionamento por 200 mil euros.

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Miguel Manso
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Está à venda por 14 milhões de euros um terreno em Alcântara onde a Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) construiu um parque de estacionamento com 200 lugares. Inaugurado em Junho de 2017, o parque tem prazo de validade, pois está projectado um empreendimento de habitação para aquele local.

O terreno tem mais de cinco mil metros quadrados e pertence actualmente à Enerparcela, Empreendimentos Imobiliários, SA, uma empresa do grupo Millennium BCP, cujo departamento imobiliário é o responsável pela venda. Em resposta a questões do PÚBLICO, a EMEL informa que a renda é de 4 mil euros por mês, mas que “este valor só começará a ser efectivamente pago após ser atingido o valor do investimento” no parque, que rondou os 200 mil euros.

Para ali está prevista a construção da segunda fase do condomínio Alcântara Rio, um prédio com 74 apartamentos e três lojas que, segundo o anúncio disponível na internet e já publicado em jornais, está “em fase final de licenciamento”. Ainda de acordo com o anúncio, o edifício terá sete pisos acima do solo e dois abaixo, que serão usados para criar 154 lugares de estacionamento.

O Alcântara Rio é um projecto já antigo do arquitecto Frederico Valsassina, que desde a década de 1990 está a desenhar a zona onde em tempos existiu uma fábrica da CUF (de que ainda subsiste a chaminé), transformada depois num hipermercado Pão de Açúcar e no Cinema Las Vegas. Situado entre o Calvário e a Avenida de Ceuta, o condomínio ocupou igualmente o espaço onde funcionou um Pingo Doce, junto à Rua da Cozinha Económica.

Apesar de sempre ter estado envolto em alguma polémica (as obras chegaram a ser suspensas em 2005 devido a um pedido de nulidade feito pelo Ministério Público), a primeira e a terceira fases do condomínio estão construídas, faltando a segunda, que fechará o quarteirão entre as ruas das Fontainhas, Fradesso da Silveira e João de Oliveira Miguens. Neste momento o empreendimento tem oito edifícios com habitação, escritórios e comércio.

“Nos últimos tempos a procura para este terreno tem sido enorme”, comentou Ramiro Gomes, responsável de vendas da direcção de negócio imobiliário do BCP, ao suplemento comercial Imobiliário do PÚBLICO da semana passada.

De acordo com a EMEL, há actualmente 92 assinaturas mensais neste parque, a maioria na posse de comerciantes (51) e residentes (34), que pagam entre 35 e 80 euros para poderem estacionar livremente durante 24 horas. Há ainda sete pessoas que, não sendo nem moradores nem negociantes, têm assinaturas, pelas quais pagam 80 euros (período diurno) ou 100 euros (24 horas). Além disso, segundo os dados desde o princípio do ano até ao fim de Novembro, o parque teve uma ocupação média diária de 30%, o que representa mais 60 lugares usados.

“O novo parque, que se insere numa área fortemente carenciada em termos de estacionamento e onde a EMEL ainda não intervém, irá servir em primeira instância as populações das freguesias de Alcântara e da Estrela”, lê-se no artigo publicado no site da empresa em Junho do ano passado, aquando da inauguração, que contou com a presença de Fernando Medina.

Esta última fase do condomínio Alcântara Rio virá juntar-se a um conjunto de outros projectos já em curso na freguesia, em especial na sua zona ribeirinha. O hospital CUF Tejo, em construção a poucas centenas de metros num terreno vendido pela câmara de Lisboa, está com trabalhos em estado avançado e deve abrir no próximo ano. Ali muito perto está a arrancar uma grande empreitada que, para já, envolve a construção de dois edifícios de habitação e escritórios, e que no futuro se estenderá a toda a zona junto à Avenida Brasília, incluindo o actual espaço da Lx Factory.

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