Descarrilamento de veículo motiva inspecção em 25 composições do Metro do Porto

Acidente deu-se de madrugada num túnel de serviço e sem passageiros a bordo. Um veio partiu-se e o Metro do Porto mandou vistoriar todas as composições com esse material. PCP já pediu esclarecimentos ao Governo.

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Greve dos agentes de condução está marcada para os dias 10, 17 e 31 de Dezembro Nelson Garrido

O metro circulava num túnel de serviço, na estação da Trindade, quando o veio de uma das rodas se partiu e provocou o descarrilamento da composição. No veículo estava apenas o condutor, que não sofreu ferimentos. O incidente — que motivou um pedido de esclarecimento do PCP ao Governo — deu-se na madrugada do dia 24 de Novembro e levou o Metro do Porto a iniciar uma inspecção a vários veículos. “Um veio partido é uma coisa grave”, admitiu Jorge Morgado, do gabinete de comunicação, “mas não é um caso que deva gerar alarme.”

Depois de perceber que o problema tinha origem num veio verificou--se que havia mais 25 composições (numa “família de veículos” de 72) com um material semelhante e iniciou-se uma inspecção. Até agora já foi feita a vistoria de dez deles, não se tendo detectado anomalias em nenhum. O processo deverá estar concluído na próxima semana.

Enquanto isso não acontece, o limite de velocidade máxima destes veículos, que continuam em circulação, passou para os 50km/h. E isso é suficiente para garantir que um acidente do género não se repete? “Com esta velocidade não há qualquer risco”, garante, “as questões de segurança são prioritárias para o Metro do Porto.”

O relato do episódio tinha chegado há dias ao Grupo Parlamentar do PCP, que estranhou a demora na intervenção do conselho de administração. Se determinaram acertadamente que “aquelas composições não podiam circular a mais de 50km/h”, é problemático que o tenham feito “seis dias depois” do dia 24 de Novembro, consideraram os comunistas. “Por que razão demoraram tanto tempo a tomar esta decisão?”, pergunta a deputada Diana Ferreira em declarações ao PÚBLICO.

O caso foi esta quarta-feira levado pelos deputados Diana Ferreira, Jorge Machado e Ângela Moreira aos ministérios do Planeamento e Infra-estruturas e do Ambiente, que têm “responsabilidades partilhadas” no assunto. Os deputados questionam não só a demora na resposta da administração do Metro, mas também querem saber “que tipo de averiguações estão a ser feitas ao incidente” e se “todos os veículos e outros equipamentos cumprem as regras de segurança e estão sujeitos às inspecções e verificações recomendadas pelos critérios legais e de segurança em vigor”. Pode o Governo “tomar medidas para reforçar os meios do metro?”, pergunta Diana Ferreira.

As preocupações dos comunistas relativamente ao Metro do Porto não são de hoje e não se esgotam neste acidente. Diana Ferreira fala da necessidade de “alargar a rede do metro”, de reforçar as “condições das paragens” e de corrigir um défice de “meios humanos e materiais”. É preciso assegurar, reclama, que quando um veículo se avaria possa ir para reparação e haja meios e peças para a realizar.

O primeiro dos três dias de greve dos agentes de condução do Metro do Porto cumpre-se na segunda-feira, 10, estando as restantes paralisações previstas para os dias 17 e 31 de Dezembro. Entre as reivindicações está a alteração da categoria profissional, a redução da carga horária e a contratação de mais agentes de condução.

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