Situação controlada após motim no Estabelecimento Prisional de Lisboa

Director dos serviços prisionais diz que presos já foram trancados nas celas, não tendo sido necessária a actuação do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional.

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Laura Haanpaa

Um grupo de reclusos do Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) provocou um motim nesta terça-feira ao final do dia, mas segundo o director-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Celso Manata, os homens que levaram a cabo o protesto foram trancados nas celas pouco depois das 20h. 

"Não foi necessária a actuação do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional", assegura o mesmo responsável, embora este corpo especial tenha sido chamado ao local. Em comunicado, a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais informou que os reclusos foram encerrados nas celas pelas 20h15, "não havendo registo de feridos quer entre guardas prisionais, quer entre reclusos".

O cancelamento das visitas de familiares nesta cadeia, nesta terça-feira, por causa de um plenário de guardas numa altura em que estes estão em greve, terá provocado a revolta entre os reclusos. Celso Manata desvalorizou o motim, dizendo que foram incendiados alguns caixotes e um colchão, mas pouco mais do que isso. Porém, Júlio Rebelo, do Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional, diz que os presos "incendiaram tudo o que puderam - como colchões e baldes do lixo".

A central dos bombeiros de Campo de Ourique recebeu um alerta para “incêndio dentro de estabelecimento prisional” às 20h48. A agência Lusa avança que o Regimento de Sapadores Bombeiros, com sete viaturas (viaturas-escada, combate a incêndios, ambulância e comando) e 25 homens. 

"Fica demonstrado que não temos condições para assegurar a segurança dos reclusos dentro do estabelecimento prisional, devido à falta de pessoal", sublinhou o dirigente sindical. Júlio Rebelo garantiu que o motim aconteceu não na ala B, como afirmou Celso Manata, mas na ala E, onde estarão 190 reclusos. O director-geral dos serviços prisionais falou antes em 170 reclusos. Não há registo de feridos na sequência do protesto. 

À Lusa, o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Jorge Alves, disse ter conhecimento de que foi convocado ao final da tarde desta terça-feira "todo o pessoal que estava de folga", bem como a intervenção do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional. O dirigente sindical disse não ter mais pormenores, estando a tentar contactar os representantes sindicais no EPL.

Os desacatos tiveram lugar numa altura em que decorre o último de quatro dias de greve dos guardas prisionais, cuja adesão rondou os 80%. Os guardas prisionais marcaram esta greve de quatro dias para exigir a revisão do estatuto profissional e a progressão na carreira, além de contestarem o novo horário de trabalho.

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