Libertado homem condenado a perpétua pela morte três crianças no Reino Unido

O caso chocou o Reino Unido em 1973. Agora, e apesar da oposição da mãe das vítimas, a justiça britânica argumenta que o assassino "mudou consideravelmente" e que não há "perigo de reincidência".

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McGreavy estava atrás das grades há 45 anos Reuters

Um homem responsável pela morte violeta de três crianças em 1973, e que havia sido condenado pela justiça britânica a prisão perpétua, recebeu esta semana ordem de libertação, segundo noticiou a BBC. De acordo com a comissão de indultos que anunciou o veredicto, o assassino “mudou consideravelmente” e não existe “perigo de reincidência”.

A libertação foi recebida com desagrado pela mãe das vítimas. O caso, com 45 anos, chocou na altura a sociedade britânica. David McGreavy, o homicida, tinha apenas 21 anos à data dos factos. Matou Paul Ralph, de quatro anos, e as irmãs Dawn e Samantha, com dois anos e nove meses, respectivamente — os corpos foram encontrados pendurados nas grades do jardim da casa onde viviam.

McGreavy vivia temporariamente com os pais das crianças. Tinha-se desentendido com a sua família e fora acolhido por aquele casal de Worcester, no Reino Unido. Tomava conta das crianças à noite, quando Elsie Urry, a mãe, saía para trabalhar num bar.

Numa noite de Abril de 1973, McGreavy estrangulou Paul porque este não parava de chorar. De seguida, degolou Dawn e desferiu ainda um golpe fatal em Samantha, que sofreu uma fractura no crânio. Por fim, mutilou os corpos.

Há dez anos que McGreavy tentava a libertação. Urry, a mãe das vítimas, “implorou” em vão à comissão de indultos que o homicida permanecesse atrás das grades.

No relatório que sustenta a libertação, a justiça britânica argumenta que McGreavy tem agora “uma melhor compreensão dos seus problemas e o que os causou”, e que um psicólogo "identificou um número de factores que tornam menos provável que McGreavy reincida no futuro".

A mãe das vítimas diz-se "traída" pela decisão da justiça, uma vez que acreditava que “o crime [de McGreavy] tinha sido tão horrível que ele nunca mais seria libertado”. 

“Ele pôs os meus bebés em estacas, por amor de Deus – mutilou-os e eles morreram em agonia”, protestou, citada pela BBC.

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