Por onde anda o cientista chinês que terá alterado o ADN de bebés?

O Governo chinês e a Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul da China já tinham anunciado a abertura de investigações ao caso do cientista He Jiankui.

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O cientista chinês He Jiankui apresentou o seu trabalho na Segunda Cimeira de Edição do Genoma Humano em Hong Kong (China) ALEX HOFFORD/EPA/LUSA

O paradeiro do cientista chinês He Jiankui, que alega ter criado os primeiros bebés manipulados geneticamente, permanecerá incerto. Após alguns meios de comunicação locais avançarem que o cientista teria sido detido no fim-de-semana e estaria em prisão domiciliária, esta informação foi negada por uma porta-voz da Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul da China, em Shenzhen.

A porta-voz especificou que as notícias sobre a detenção de He Jiankui são falsas, mas não adiantou mais informações sobre o assunto. A mesma fonte, citada pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, disse que a universidade não pode responder a questões sobre o assunto e que “se houver alguma informação, ela será actualizada através dos canais oficiais”.

O cientista chinês anunciou, na segunda-feira, que tinha recorrido à técnica CRISPR/Cas9 para alterar o genoma de dois embriões humanos, de forma a torná-los resistentes a eventuais infecções pelo VIH. Afirmou ainda que as duas bebés gémeas, cujo ADN foi alterado, nasceram no início de Novembro “normais e saudáveis”. E, na quarta-feira, apareceu em público, na Segunda Conferência Internacional sobre Edição do Genoma Humano (em Hong Kong), a falar da sua experiência em embriões humanos.

Os resultados da experiência não foram avaliados por pares nem publicados em revistas científicas e mereceram grandes críticas por parte das comunidades médica e científica que consideraram a experiência antiética.

Ainda na semana passada, além da Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul da China ter anunciado que não estava a par da experiência e que ia abrir uma investigação, o Governo chinês ordenou também uma investigação ao caso que envolve He Jiankui. O vice-ministro chinês da Ciência e Tecnologia, Xu Nanping, adiantou ainda que todas as actividades relacionadas com a experiência científica foram suspensas.

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