No Panorama os meninos não precisam do smartphone para comer a sopa

Restaurante do Hotel Sheraton, em Lisboa, criou um menu para as famílias experimentarem ao domingo.

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A tábua de entrada DR
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Quando se sobe até ao último andar do Hotel Sheraton e a porta do elevador se abre, a vista sobre Lisboa abraça-nos. Cai uma chuva miudinha que não é impeditiva de ver o rio, o Cristo-Rei, a ponte; e, mais perto, o Parque Eduardo VII e Monsanto. O restaurante tem o nome apropriado, Panorama, e a mesa posta para a cidade ajuda as crianças a manterem-se calmas.

O dia é domingo e a hora é a do almoço. A maior parte das mesas é ocupada por casais com crianças pequenas, menores de seis anos, talvez porque para elas a refeição seja gratuita; mas também há mesas com avós e tios. Não se ouve um grito nem uma birra, assim como não se vê um smartphone ou um tablet em cima da mesa. A música de fundo e o ambiente calmo talvez estejam a fazer o seu efeito e tornam o espaço acolhedor para todos. Eles estão à mesa, sentados com os pais e cheios de propósito nas suas roupinhas domingueiras – há meninas com lacinhos na cabeça.

O almoço de família é tipicamente português e é para partilhar. Não há pratos individuais nem demasiado elaborados, mas tachos de comida quente e reconfortante. Antes disso, há uma enorme tábua com enchidos e queijos, além de frutos secos e frescos, bola de carne e pão de queijo de cabra que chegam ainda quentes. E depois há presunto de montado cortado no momento, assim como salmão gravad lax com guarnição, que também é cortado à nossa frente, além de molhos (pico de galo e verde picante) e patés (de azeitona, atum, sapateira e pickles caseiros) para petiscar.

A tábua é de tal maneira generosa que no final pensamos que não haverá espaço para acomodar os pratos principais. Dois, um de peixe e outro de carne, que variam todas as semanas e são pensados pelo chef Gil Raposo. Desta vez há um arroz de tamboril e camarão; e um frango do campo recheado com alheira, assado em forno a lenha, com batatinhas e esparregado. Para os mais pequenos, além da sopa, um creme de legumes sem batata, há pizza (que os próprios podem ajudar a fazer) e almôndegas de novilho com puré.

Depois das almôndegas, os mais novos correm para a zona do bar onde numa mesa grande podem não só brincar com uma monitora vestida de palhaço, mas também desenhar, jogar e fazer actividades. Mais tarde, alguns voltam para mostrar uma estrelinha que fizeram e que precisa de secar, e também para comer a sobremesa com os pais.

Quando a sobremesa chega, vem com um aviso, não é em muita quantidade porque naquela fase do almoço já apetece pouco comer, mas se quisermos repetir é só dizer. E na mesa aterra uma viagem pela doçaria portuguesa: os pastéis de nata, suspiros gigantes com molho de ovos-moles e de frutos vermelhos, bolo de alfarroba com chantilly e framboesa, sericaia, pudim de laranja, natas do céu. Também há fruta laminada e, quando parece que já terminou, aparece um demi cuit de chocolate branco, que é servido quente. Mais uma vez, tudo é para partilhar e não faz mal porque mesmo os mais gulosos já não têm barriga para mais.

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