Laranjinha: há 37 anos a vestir gerações de crianças

Marca portuguesa confecciona peças de roupa para bebés prematuros até aos oito anos e algumas delas sem costura para peles mais sensíveis.

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O pai Luís Figueiredo começou, em 1981, a marca de vestuário para bebé Laranjinha ainda os dois filhos Marta Figueiredo e Luís Pinto Leite eram pequenos. Vestia-os com a roupa que confeccionava e eles “gostavam de a usar”, dizem. Agora são os netos que vestem a roupa que o avô criou assim como os filhos de outros clientes que em miúdos também vestiam Laranjinha. 

Já adultos, os dois irmãos juntaram-se ao pai no negócio para continuar a tradição “da mais antiga marca portuguesa de roupa de criança em actividade em Portugal”, assegura Luís Figueiredo, rodeado de peças de roupa de bebé das mais variadas cores, expostas nos charriots, como bodys, roupa interior, fatinhos, babygrows e conjuntos. Ou pólos, camisas, blusas, camisetas, vestidos, calças, jardineiras e calções para mais os velhinhos até aos oito anos. Por aqui há ainda a Chic Collection, a linha premium da marca, para ocasiões especiais, com peças feitas num xadrez de flanela unissexo e num tecido estampado com flores. “Os pais têm ainda a possibilidade de vestir os filhos pequenos de igual”, acrescenta Marta Figueiredo, directora das operações de retalho, relembrando que já estão à venda novos modelos com motivos natalícios.

É nesta sala que o pai começa a desfiar a história da empresa têxtil Hall & Ca, a proprietária da marca Laranjinha, que começou há 37 anos, quando “a realidade do país era bem diferente”. Por essa altura, Luís Figueiredo trabalhava numa empresa têxtil familiar, mas sonhava “fazer algo de diferente e novo no mercado”. Então, apostou na criação de roupa para bebé e criança com uma marca própria, mas começou a produzir, em simultâneo, em private label, ou seja, para outras marcas. Ainda hoje se lembra da primeira peça de bebé que produziu. 

Mais tarde, em 1998, chegou a hora de o empresário deixar de produzir para terceiros. “O que era um grande risco, porque representava quase metade do valor dos negócios”, lembra. Mas o tempo mostrou que foi uma escolha acertada, porque depois a marca “ganhou reconhecimento” e internacionalizou-se, primeiro para Espanha e Inglaterra até estar, nos dias de hoje, presente em mais de duas dezenas de países. Cerca de 70% da produção é exportada, sobretudo para Itália, que é o principal mercado, e depois Espanha, França, Inglaterra, Bélgica, Holanda e EUA, divulga Luís Pinto Leite, acrescentando que a marca está a tentar expandir-se para o Médio Oriente. “Temos 450 clientes e cerca de 70 funcionários, incluindo nós os três”, continua. 

Ao lado, o pai acrescenta que, em 2005, a marca Laranjinha já tinha alcançado grande notoriedade em Portugal. “Fomos os primeiros a utilizar peças sem costura para bebés para não magoar a pele sensível”, sublinha. Apostaram, então, na inovação e em novos materiais. Lembra-se bem das três peças que se vestiam de uma vez só e que foram um sucesso. Mas os pijamas de bebé, 100% algodão, continuam a ser as peças mais vendidas. 

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Online desde 2014

Depois, chegou a altura de a marca ter lojas físicas, a primeira no Norteshoping, em Matosinhos. Depois seguiram-se mais locais de venda no Porto, Lisboa e Madrid. Para breve está prevista a abertura de um novo espaço. Entretanto, a marca já tem uma loja online desde 2014.

O pai, que até gosta mais da parte criativa, de escolher os tecidos, é ainda vice-presidente da Associação Nacional das Industrias de Vestuário e Confecção (ANIVEC) e faz parte da administração do CENIT - Centro Associativo de Inteligência Têxtil.

“Todo o processo criativo é feito pela Laranjinha, desde os desenhos e moldes das peças, no departamento de design. Tudo é pensado, desenvolvido e executado cá. E depois subcontratamos fábricas em Portugal que já são nossas parcerias há algum tempo”, elucida Marta Figueiredo. 

A inovação também chegou às etiquetas, pois cada uma delas conta um pouco a história da marca. E na empresa há ainda tempo para a realização de campanhas solidárias com uma parte da venda nas lojas a reverter a favor de algumas instituições. A marca tem ainda um livro de bebé e um perfume próprio. 

Mais recentemente os empresários lançaram a marca Snug, também para o universo do bebé, com a gama de produtos têxteis “Home & Baby”, com produtos como “uma capa de edredão que não se solta do colchão durante um sono mais agitado, ou a envolta para a cadeirinha porta bebé que permite a passagem dos cintos de segurança”, lê-se no site da marca. Mais produtos estão em desenvolvimento.

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