Embaixador israelita na ONU diz que Trump tem plano de paz para o Médio Oriente pronto

O embaixador israelita disse que o plano pode ser apresentado no início de 2019. Ministro iraniano apela ao seu boicote.

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Jared Kushner em Jerusalém Reuters

O Irão está determinado a lutar contra o plano que a Administração Trump está a ultimar para uma resolução do conflito israelo-palestiniano, disse o presidente do parlamento iraniano, Ali Larijani, citado pela agência Isna.

O Presidente dos Estados Unidos prometeu apresentar um “acordo final” entre israelitas e palestinianos, que segundo o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, citado pela agência Reuters, pode ser divulgado no início de 2019. Foi elaborado pelo genro e conselheiro de Donald Trump, Jared Kushner.

As suas linhas não foram reveladas, mas os palestinianos temem poder ser os grandes perdedores. O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmaoud Abbas disse em Setembro na ONU que os Estados Unidos não podem ter o estatuto de mediador único no Médio Oriente, e acusou o Presidente Donald Trump de pôr “em perigo” a solução a dois Estados, um israelita e outro palestiniano. Isto depois de Trump ter mudado a embaixada dos EUA para Jerusalém e de ter cortado os fundos de apoio a refugiados palestinianos.

Falando na segunda-feira à noite na Conferência Internacional sobre a Unidade Islâmica organizada anualmente em Teerão, Larijani declarou que o “acordo do século”, como é designado por Trump, é uma “conspiração” dos Estados Unidos e de Israel para determinar o domínio de Israel sobre o Médio Oriente.

“Lutaremos contra o regime israelita e não deixaremos que o acordo se concretize. Se os norte-americanos impõem actualmente sanções ao Irão e o pressionam é porque o Irão resiste contra Israel”, disse.

Washington e o seu aliado israelita querem “enterrar a questão palestiniana”, acusou. “Para atingir os seus objectivos tentam criar novos acordos políticos na região e dar destaque à questão dos xiitas e dos sunitas”, adiantou.

Citando a Arábia Saudita (sunita e grande rival regional do Irão) e os Emirados Árabes Unidos, o responsável iraniano alertou as monarquias do Golfo, cortejadas por Israel, contra qualquer normalização de relações com o Estado judaico.

Os governos dos países árabes “devem saber que não ganharão nada”, disse Larijani. "Os povos da região consideram Israel um tumor cancerígeno e odeiam-no”.

Entre os países árabes, Israel só tem relações diplomáticas com o Egipto e a Jordânia, mas o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tem proclamado que as novas realidades regionais, a começar pela expansão da influência do Irão, criam uma convergência de interesses e Israel tem estado envolvido numa ofensiva diplomática junto dos Estados do Golfo.

Netanyahu esteve em Omã, no dia 25 de Outubro, onde foi recebido pelo sultão Qabous ben Saïd, no primeiro encontro a este nível entre os dois países desde 1996, e no último mês a ministra da Cultura e Desporto israelita, Miri Regev, visitou a grande mesquita Sheikh Zayed de Abu Dhabi, quando se visitou o emirado.

O ministro dos Transportes israelita, Yisrael Katz, apresentou há duas semanas em Mascate, Omã, um projecto de uma linha ferroviária ligando o Mediterrâneo aos países do Golfo através do seu país.

Os países árabes consideravam a solução da questão palestiniana como condição para uma normalização de relações com Israel.

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