Apesar da descida, electricidade em Portugal continua entre as mais caras da UE
Preço da electricidade suportado pelas famílias portuguesas mantém-se no sexto lugar do ranking europeu. No gás natural há uma descida de terceiro para quarto.
Apesar de terem registado uma descida durante os últimos 12 meses, os preços da electricidade e do gás natural suportados pelas famílias em Portugal mantiveram-se durante a primeira metade deste ano entre os mais altos da União Europeia, revela o Eurostat.
De acordo com o gabinete de estatísticas europeu, o preço da electricidade suportado pelas famílias em Portugal no primeiro semestre de 2018, calculado em 22,46 euros por 100 kWh, foi o sexto mais alto da União Europeia, superado apenas pelos valores registados na Dinamarca, Alemanha, Bélgica, Espanha e Irlanda. A média da UE cifrou-se em 20,49 euros.
Já no primeiro semestre de 2017, Portugal tinha ficado na sexta posição deste ranking europeu.
Ainda assim, se a média europeia se manteve praticamente estável face ao mesmo período do ano anterior, registando uma descida de apenas 0,4%, o preço da electricidade suportado pelas famílias em Portugal caiu 1,7%. Segundo o Eurostat, as maiores descidas registaram-se na Polónia (-4,3%), Grécia (-3,6 %) e Letónia (-3,5 %), enquanto as maiores subidas foram na Roménia (14,1 %), Estónia (11,7%), e Holanda (9,2 %).
Os impostos e as taxas que incidem sobre o preço da electricidade em Portugal desempenham um papel fulcral na manutenção de um nível relativamente elevado face aos outros países da UE. Enquanto em Portugal o seu peso no preço final é de 55,2%, no total da União Europeia é de 36,7%. Em Portugal, o preço excluindo impostos e outras taxas é apenas o 21º mais elevado.
No que diz ao gás natural consumido pelas famílias, o cenário é semelhante. O preço aplicado em Portugal na primeira metade do ano (7,59 euros 100 kWh) foi, segundo o Eurostat, o quarto mais alto na União Europeia. Em média, na UE, o preço foi de 5,91 euros.
No entanto, num cenário em que na média da UE os preços se mantiveram estáveis, Portugal foi o segundo país com uma maior descida, 1,8%, nos últimos doze meses, o que ajudou a que se registasse uma ligeira descida do ranking. Na primeira metade de 2017, Portugal era o terceiro país com o gás natural mais caro para as famílias.
No caso do gás natural, o papel desempenhado pelos impostos e pelas taxas é menos, com um peso de 25,3% em Portugal e de 27,1% na UE.