Confrontos e detenções. Final da Libertadores adiada para domingo

Adeptos do River Plate lançaram pedras ao autocarro onde seguiam os jogadores do Boca Juniors a caminho do Monumental.

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Afinal, a segunda mão da Copa Libertadores vai ser jogada apenas neste domingo, às 20h (hora de Lisboa). O jogo estava agendado para este sábado, às 20h, mas a hora foi sendo sucessivamente adiada após um ataque de adeptos do River Plate ao autocarro do Boca Juniors, quando este estava a caminho do Estádio ?Monumental. Pelo menos 29 pessoas foram detidas por resistência às autoridades.

"Houve um pedido de ambos os clubes para que não se jogasse hoje. Um porque não está em condições, o outro porque não quer jogar assim. Foi um acordo de cavalheiros", justificou Alejandro Dominguez, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL).

Rodolfo D'Onófrio, presidente do River Plate, confirmou este acordo de cavalheiros entre os clubes: "O River considerou que os jogadores do Boca deviam ter uma oportunidade para recuperarem e poderem jogar a final de igual para igual, para que ninguém tenha vantagem."

Depois de confirmado o adiamento, jornalistas argentinos no Monumental relatam situações de violência no exterior do recinto, com muitos adeptos que estavam a sair a voltarem atrás porque lhes estavam a roubar os bilhetes que darão acesso ao jogo neste domingo.

Adeptos do River arremessaram pedras ao autocarro. A polícia respondeu com gás lacrimogéneo e alguns jogadores respiraram o gás, que entrou no autocarro pelas janelas partidas. Repete-se, então, o cenário da primeira mão desta final, em que o jogo da Bombonera passou para o dia seguinte após por causa da forte chuva que caiu em Buenos Aires - a primeira mão acabaria por terminar num empate (2-2).

Após a saída do autocarro, vários jogadores do Boca Juniors apresentavam dificuldades respiratórias. Carlos Tévez, antigo jogador do Manchester City, era um dos mais afectados, precisando de ajuda para percorrer o caminho até aos balneários. Pablo Pérez, médio argentino, garantiu aos jornalistas que os adeptos rivais "atiraram de tudo". Outro dos jogadores do Boca afectados foi Gonzalo Lamardo, tendo já sido divulgado um vídeo nas redes sociais em que se vê a dificuldade do médio em respirar.

Tanto Lamardo como Pérez, que é o capitão de equipa, foram assistidos numa clínica privada, e o Boca já tinha dito que não estavam em condições de jogar e divulgou imagens de ambos após receberem tratamento para lesões nos olhos, mas os médicos da CONMEBOL garantiram que não ocorreram lesões incapacitantes. Pérez ainda regressou ao Monumental e era dado como titular no Boca antes de ter sido anunciado que o jogo iria ser este domingo.

Marcello Gallardo, treinador do River Plate, tinha assumido perante os jornalistas e a direcção do seu clube que não pretendia jogar nestas condições. Segundo informações veiculadas por jornalistas no Monumental, Gianni Infantino, presidente da FIFA, fez pressão para que o jogo se realizasse hoje, ameaçando o Boca Juniors de desqualificação caso se recusasse a entrar em campo.

Carlos Tévez, um dos jogadores que mais sofreu com este ataque, dizia que não estava em condições de jogar e que o Boca estava a ser obrigado a jogar contra a sua vontade. "Estão a obrigar-nos a jogar. Temos três companheiros que não podem jogar. Os presidentes da FIFA e da CONMEBOL querem que se jogue", disse o avançado do Boca, antes de ter sido tomada a decisão.

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