Jesús Corona assume prioridade pela direita

“Dragões” somam oitava vitória consecutiva e avançam na Taça de Portugal frente a um adversário do mesmo escalão.

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LUSA/Jose Coelho

O FC Porto segue tranquilamente para os oitavos-de-final da Taça de Portugal, apesar da desinspiração que moldou o resultado, curto para as ocasiões criadas diante do Belenenses SAD (2-0), no Estádio do Dragão.

Silas confessara o desejo secreto de ver Marega no banco e Conceição fez-lhe a vontade, pelo que nunca saberemos o impacto desta decisão no desfecho da eliminatória. Na verdade, o desafio começara durante as conferências de imprensa dos técnicos: o portista alegara a diferença de estatuto entre Vila Real e Belenenses SAD para justificar uma estratégia mais conservadora, com menor exposição ao risco. Mas na prática, Sérgio Conceição não mudou muitas coisas em relação ao jogo da terceira eliminatória, operando três alterações: duas nas laterais e a entrada de Otávio na vaga de Bazoer.

Claro que no último mês os espanhóis Óliver Torres e Adrián López ganharam outra dimensão no futebol portista. Por isso, a maior surpresa talvez tenha acabado por ser a incorporação de Corona na defesa, como lateral, algo que o técnico já tinha ensaiado na Liga, mas como mera medida de recurso. Mas a sorte protege mesmo os audazes, pelo que após uma dúzia de minutos a perceber as novas responsabilidades, o mexicano, impaciente, decidiu arrancar, ensaiando uma finta antes de combinar com Adrián López e oferecer de bandeja o golo a Soares (12’).

O FC Porto estava na frente, mantendo a atitude que o técnico exigira, que só não conseguiu traduzir em golos porque André Pereira revelava incapacidade para finalizar os lances que se seguiram, embora deva ser creditado o devido mérito às acções de Mika.

Preocupado com a organização portista, sob a batuta de Óliver Torres — a surgir em terrenos mais recuados — o Belenenses SAD experimentava grandes dificuldades para sair da zona de pressão que o adversário criava. Daí que só mesmo já em cima da viragem do jogo tenha surgido a primeira situação de algum constrangimento para a defesa “azul e branca”, com Licá a receber de costas no interior da área e a rematar sem convicção, à meia-volta, para defesa tranquila de Fabiano.

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SofaScore

No regresso do intervalo, a formação orientada por Silas surgiu mais empenhada em cumprir o plano do técnico... De discutir cada metro de terreno e jogar para vencer. Com isso marcou uma posição de força, mas não conseguiu cobrir os espaços que o campeão nacional explorou para construir o segundo golo.

Otávio estreava-se a marcar na presente edição da Taça de Portugal, embora tenha marcado no Jamor a este Belenenses, para o campeonato. O brasileiro, em jogada individual (58’), redimia-se do penálti que falhara instantes antes, com Mika a adivinhar o lado certo e a travar o remate do brasileiro, chamado a converter castigo que punia uma falta de Reinildo sobre Hector Herrera.

Apesar da história do campeonato lembrar que uma vantagem de dois golos poderia não ser suficiente para evitar aflições, o FC Porto parecia cada vez mais confortável, mesmo num terreno escorregadio, onde o ataque continuava a despejar lances de perigo que ninguém parecia ter capacidade suficiente para concretizar.

Depois de ter poupado Maxi Pereira, Danilo e Brahimi, Sérgio Conceição iniciava a gestão dos activos mais importantes a pensar no compromisso da Champions, frente ao Schalke 04. O maliano acabaria por reforçar a ideia de que o resultado ainda não era satisfatório face ao futebol produzido, mas o Belenenses SAD dava, igualmente, sinais de inconformismo, tentando uma saída airosa da competição. Licá voltaria a estar em evidência, depois de Fabiano ter justificado a confiança do técnico, com os lisboetas a reclamarem um penálti ao cair do pano.

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