Marcelo junta-se a outros líderes europeus a pedir maior ambição nas metas climáticas

A poucas semanas da cimeira sobre o clima do próximo mês na Polónia, na declaração conjunta, "Iniciativa por uma maior ambição climática", afirma-se que as alterações climáticas são "o principal desafio" dos tempos actuais.

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Ondas de calor e incêndios incontroláveis são consequência das alterações climáticas LUSA/FILIPE FARINHA

Líderes de 16 países europeus apelaram esta sexta-feira para maiores esforços no combate às alterações climáticas, numa declaração à qual o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, também se associou.

A poucas semanas da cimeira sobre o clima do próximo mês na Polónia, na declaração conjunta, "Iniciativa por uma maior ambição climática", afirma-se que as alterações climáticas são "o principal desafio" dos tempos actuais.

Marcelo Rebelo de Sousa assinou a declaração e saúda a iniciativa, como salienta numa nota publica na página da Presidência.

No documento, Presidentes e primeiros-ministros alertam que as temperaturas médias globais já aumentaram acentuadamente quando comparadas com os valores pré-industriais.

"Sentimos os efeitos imediatos, como no recente Verão, inclusivamente na Europa. Ondas de calor e incêndios escaldantes da Grécia ao Ártico ceifaram as vidas de dezenas de mulheres, homens e crianças enquanto destruíam a subsistência de muitos outros", dizem os responsáveis políticos na declaração.

No documento, que tem como primeiro subscritor o Presidente austríaco, Alexander Van der Bellen, afirma-se que o aquecimento global é uma "séria ameaça à paz e à estabilidade em todo o mundo", e acrescenta-se que são necessárias medidas para o prevenir, que além de necessárias são benéficas para as economias e para as sociedades do mundo.

Na Polónia, entre os dias 2 e 14 de Dezembro, vai procurar-se finalizar o trabalho iniciado no Acordo de Paris sobre o clima, assinado em 2015, e discutir a definição de novas e mais ambiciosas metas para 2025.

Até agora, as metas apresentadas pelos mais de 190 países que assinaram o Acordo são insuficientes para reduzir a emissão de gases com efeito de estufa de forma a que o aquecimento global não ultrapasse os dois graus celsius em relação aos valores pré-industriais, sendo que a meta mais ambiciosa saída de Paris era a de limitar esse aumento a 1,5 graus.

"Nós, colectivamente, temos a obrigação para as futuras gerações de fazer tudo o que é humanamente possível para acabar com as alterações climáticas bem como para nos adaptar aos seus efeitos adversos", dizem os subscritores da declaração.

Entre os que a assinaram, além de Marcelo Rebelo de Sousa, estão os presidentes de países como a Alemanha, a Itália, Grécia ou o Chipre, a Finlândia ou a Eslovénia, entre outros. A Polónia, que recebe as próximas negociações mundiais sobre o clima, não assinou o documento.

O governo polaco pede uma "transição justa", uma referência à ideia de que os trabalhadores de indústrias intensivas em carbono, como os das minas de carvão, devem receber apoio financeiro e formação para novos empregos.

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