Directora de Informação da RTP diz querer “equipa coesa”

Vítor Gonçalves colocou o seu lugar de director-adjunto à disposição da administração para assegurar a “liberdade” da directora escolher a equipa.

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Paulo Pimenta

A administração da RTP enviou nesta quinta-feira uma carta à ERC com uma explicação da directora de Informação sobre as mudanças que tenciona fazer naquele órgão em que diz ter feito as escolhas “em total liberdade” e que pretende uma “equipa coesa, identificada com os objectivos de uma informação isenta, plural e independente”.

A carta, a que o PÚBLICO teve acesso, pretende responder ao argumento usado pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social para recusar dar parecer sobre a destituição dos directores-adjuntos João Fernando Ramos e Vítor Gonçalves. O regulador disse não ter recebido uma justificação fundamentada para as alterações na direcção de Informação e chumbo as substituições.

Entretanto, nesta quinta-feira de manhã, Vítor Gonçalves colocou o seu lugar à disposição, no sentido de assegurar “o princípio da liberdade da nova directora de Informação de constituir a sua equipa”, anunciou a administração liderada por Gonçalo Reis em comunicado e na missiva enviada à ERC.

A ERC, que demorou oito dias para dar este parecer, deverá demorar ainda mais tempo para uma nova decisão, uma vez que o assunto não deverá ir à reunião do conselho regulador da próxima semana.

Em comunicado, a administração da RTP diz ter aceitado “na íntegra” a proposta de Maria Flor Pedroso para a equipa, assim como a sua “fundamentação”. “Nessa linha de autonomia, o conselho de administração da RTP considera que quem está em melhores condições para explicitar a fundamentação da constituição da equipa de informação da Televisão perante a ERC é a própria directora de Informação. Aliás, esteve marcada uma audição com esse objectivo a Maria Flor Pedroso, posteriormente suspensa por iniciativa da Entidade Reguladora para a Comunicação Social.”

Na carta que enviou à ERC, a directora afirma ter escolhido sete jornalistas (quatro directores-adjuntos e três subdirectores), com “experiências, competências e valências profissionais distintas”, mas com “perfis profissionais que se complementam e compatibilizam” e que têm “enorme reconhecimento público”.

A chave de uma "informação relevante e de referência" para a área da televisão da RTP – e que o contrato de concessão “exige”, lembra a directora -, “passa por uma equipa coesa, identificada com os objectivos de uma informação isenta, plural e independente”, argumenta ainda Maria Flor Pedroso, que se disponibiliza para ser ouvida na ERC.

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