Vivian Maier: as cores do mundo secreto da ama que era fotógrafa

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Vivian Maier fotografou. Fê-lo copiosa e incessantemente. Obsessivamente. Criou, em segredo, um espólio de 150 mil imagens fotográficas que descrevem mais de 50 anos do quotidiano das ruas de Chicago — um registo que iniciou na década de 50 do século XX, enquanto servia como ama em casas de famílias da classe média-alta da maior cidade do estado de Illinois. 

Parte dos seus negativos foram comprados por John Maloof, promotor imobiliário, em 2007, num leilão, pela simbólica quantia de 236 euros. Vivian só viria a falecer em 2009, aos 83 anos, em consequência de uma queda e estaria, nessa altura, longe de imaginar a relevância que o seu legado viria a assumir para os apreciadores da arte fotográfica de todo o mundo. A sua história foi contada no documentário À Procura de Vivian Maier, lançado em 2013.

Vivian Maier foi “poetisa e pioneira da fotografia a cores”, descreve o fotógrafo norte-americano Joel Meyerowitz (também um dos precursores no uso da cor) no prefácio do fotolivro Vivian Maier: The Color Work, editado pela Harper Collins e lançado em Novembro de 2018. Segundo o site oficial da fotógrafa, a primeira vez que Maier utilizou o slide a cores foi em 1956; porém, a utilização continuada viria a verificar-se apenas nos últimos 30 anos de registos — o momento em que troca a sua Rolleiflex por uma câmara de 35 milímetros e adopta o filme Ektachrome para produzir cerca de 40 mil fotogramas.

“Na sua fotografia está patente o seu estudo do comportamento humano", observa Meyerowitz. "Uma sensibilidade especial para a captura do momento, para a detecção do rasgo de um gesto, para a microexpressão de um rosto — no fundo, para os breves instantes que tornavam, para si, a vida quotidiana das ruas [de Nova Iorque e Chicago] numa revelação.”

A obra de Maier tem sido exibida em museus e galerias de arte de todo o mundo desde 2010; o seu trabalho a cores encontra-se, pela primeira vez, em exposição na Howard Greenberg Gallery, em Nova Iorque, até 5 de Janeiro de 2019. 

©Vivian Maier
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