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Rui passou cinco meses a documentar a pesca do atum

Rui Duarte
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Rui Duarte

Com 24 anos e uma licenciatura em Biologia e Geologia, pela Universidade do Minho, Rui Duarte, natural de Barcelos, passou cinco meses a bordo de diferentes embarcações nos Açores. A viagem começou em Abril e estendeu-se até meio de Setembro, ao abrigo do Programa de Observação para as Pescas no Açores (POPA). Consigo levou uma câmara fotográfica, com a qual capturou diferentes momentos da pesca do atum. O projecto abrange a protecção de golfinhos durante a pesca daquela espécie, altura em que os pescadores se esforçam por capturar o maior número de exemplares.

Antes da viagem, Rui teve uma formação de dez dias e só aí percebeu ao que ia, diz. A viver a primeira experiência embarcado, o jovem não tinha noção da dureza do trabalho do mar e do tempo que ali iria passar. “Assustou-me saber que a água era demasiada fria ou que íamos passar tanto tempo no mar”, recordou. No máximo, chegou a passar uma semana sem ir a terra.

Como observador no POPA, cabia-lhe fazer o registo e controlar as diferentes actividades a que a pesca do atum obriga. Com 20 anos, o POPA nasceu para evitar a molestação ou a mortalidade de golfinhos, apanhados juntamente com os cardumes de atum, e para que outras espécies não sejam prejudicadas. É nesse contexto que, todos os anos, se forma uma equipa de observadores que embarcam com os pescadores. Rui Duarte fez parte da equipa de 2018.

Entre as diferentes experiências, Rui destaca a própria captura, que aqui se faz recorrendo à pesca de salto e vara. “Era entusiasmante detectar o cardume e navegar à força toda em direcçção a ele”, explicou. A adrenalina percorria as veias dos pescadores nesses momentos – que duravam perto de 40 minutos –, até se ouvir alguém clamar “Comeu!”. Chegava a altura de capturar o cardume para o barco e conservá-lo até chegar à lota.

O controlo feito por Rui prendia-se, essencialmente, com o registo dos exemplares de atum pescados (quantidades e peso), a posição do barco, qual a arte de pesca utilizada, o número de pescadores e o isco usado. O trabalho de observação que desempenhou incluía ainda o registo dos cetáceos, tartarugas e aves avistadas — além de lixo.

Artigo corrigido às 15h51 de 23 de Novembro. 
O entrevistado tinha utilizado incorrectamente a expressão "cerco" que remete para a pesca com redes, prática que não acontece na pesca do atum, nos Açores.

Rui Duarte
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