Prémio Victor de Sá para José Avelãs Nunes e Emanuel Cameira

Um estudo sobre a arquitectura dos sanatórios portugueses e uma investigação sobre a singularidade da edição literária nacional valeram aos dois autores esta distinção destinada à História Contemporânea.

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Antigo Sanatório do Outão, na Serra da Arrábida, Setúbal Arquivo PÚBLICO

O Prémio Victor de Sá de História Contemporânea 2018 distinguiu José Avelãs Nunes, pelo estudo da arquitectura dos sanatórios portugueses, e Emanuel Cameira, pela investigação sobre a "singularidade da edição literária nacional", anunciou esta quinta-feira a Universidade do Minho (UM).

Em comunicado enviado à Lusa, a academia minhota explica que o prémio, atribuído pelo Conselho Cultural da Universidade do Minho, é "o maior galardão do país para jovens investigadores na área da História Contemporânea", estando a entrega dos prémios e a apresentação dos trabalhos vencedores anunciadas para 12 de Dezembro.

Nesta 27.ª edição foram ainda distinguidos, com uma menção honrosa, Gonçalo Antunes, pela obra Políticas Sociais de Habitação (1820-2015): Espaço e tempo no concelho de Lisboa, e Tânia Alves, com o tema 1961 - Sob o viés da imprensa. Os jornais portugueses, britânicos e franceses na conjuntura da eclosão da guerra no império português.

José Avelãs Nunes, refere a UM, estudou a arquitectura dos sanatórios construídos para curar doentes com tuberculose em Portugal de 1850 a 1970: "Estes equipamentos constituem uma presença marcante no universo da arquitectura daquele período, sendo um espelho de mudanças científicas e programáticas no combate a esta doença, que dependeu, em grande parte, das suas estruturas", explica, no texto, o investigador da Universidade de Coimbra.

A UM aponta que "os dados recolhidos em arquivos nacionais permitiram o estudo das primeiras experiências sanatoriais empíricas em Portugal, bem como a análise comparativa daqueles espaços, da sua arquitectura, dos arquitectos, dos médicos e da esfera de poder que os circundou, desde o financiamento, o planeamento, a aprovação e a execução".

Quanto a Emanuel Cameira, a UM realça que a tese de doutoramento do investigador "procurou compreender, através de um modo artesanal de fazer sociologia", e privilegiando a vertente de um "individualismo situado", como foi construída "a singularidade da edição literária em Portugal".

Em A &etc de Victor Silva Tavares: narrativa histórico-sociológica, Emanuel Cameira, investigador do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa (UNL), escolheu para estudo de caso a editora independente &etc, lançada por Victor Silva Tavares (1937-2015) nas vésperas do 25 de Abril de 1974, após os anos de edição da &etc como revista literária e cultural, distribuída com o Jornal do Fundão (1967-1973), ou como título autónomo (1973-1974).

O júri do Prémio Victor de Sá foi este ano presidido por Viriato Capela, professor catedrático da UM, tendo como vogais os docentes Jorge Alves, da Universidade do Porto, e Raquel Henriques da Silva, da UNL.

"Este galardão nasceu em 1991 pelo humanista Victor de Sá [1921-2003], foi reconhecido como sendo de manifesto interesse cultural pela Secretaria de Estado da Cultura e é também apoiado por mecenas públicos e privados", lê-se no comunicado da UM.

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