Trump quis usar Departamento de Justiça para investigar Hillary e Comey

Advogado explicou à Casa Branca que ordem desse tipo ao Departamento da Justiça poderia conduzir à destituição do Presidente norte-americano.

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Durante a campanha presidencial, o então candidato Trump repetiu que iria colocar Hillary Clinton na prisão Reuters

Em Abril deste ano, o Presidente Donald Trump pediu ao conselheiro da Casa Branca Don McGahn que avançasse com uma investigação federal a Hillary Clinton, que foi candidata à Casa Branca, e a James Comey, antigo director do FBI. A revelação é feita esta terça-feira pelo jornal New York Times, que cita duas fontes não identificadas.

Trump quis dar a ordem ao Departamento de Justiça, mas McGahn avisou Trump que não tinha autoridade para o fazer. De acordo com o NYTimes, Don McGahn disse a Trump que, em alternativa, podia pedir que fosse aberta uma investigação. No entanto, alertou que isso poderia levar a acusações de abuso de poder.

Don McGahn terá então escrito uma nota aos advogados da Casa Branca onde listou os riscos que o Presidente corria ao pedir uma investigação. Entre os perigos estava a destituição.

O New York Times escreve que não é claro se Donald Trump terá lido o aviso enviado por Don McGahn ou se terá avançado com uma ordem explícita ao Departamento da Justiça, mas fontes próximas de Trump garantem que o Presidente continuou a discutir essa possibilidade. Uma das fontes afirma que Trump tem “expressado repetidamente a sua desilusão” em relação ao director do FBI, Christopher A. Wray, por não ter investigado de uma forma mais “agressiva” Hillary Clinton.

Trump já várias vezes fez saber que deseja ver a antiga candidata democrata responder na justiça pela utilização de um servidor de email privado durante o seu mandato como secretária-geral da Casa Branca. Parte da campanha de Trump assentou num ataque a Hillary Clinton com gritos de "Lock her up" (prendam-na). Já Presidente, Trump demitiu James Comey na sequência da abertura da investigação às suspeitas de interferência russa na campanha presidencial. 

 Contactado pelo jornal, o advogado de McGahn optou por não comentar. "McGahn gostaria de destacar que nunca teve conhecimento de que o Presidente alguma vez tenha ordenado uma investigação a Hillary Clinton ou a James Comey", disse William A. Burck. 

McGahn tornou-se conselheiro da Casa Branca quando a Administração Trump entrou em funções. Abandonou o cargo a 17 de Outubro deste ano, data em que foi substituído por Emmet Flood.

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