Técnicos de diagnóstico ameaçam fazer novas greves em Dezembro

Em causa o processo negocial de revisão da carreira iniciado há um ano. Sindicatos acusam a ministra de "tentar iludir" os trabalhadores com a marcação de uma audiência para 10 de Dezembro.

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Os técnicos de diagnóstico e terapêutica marcharam até à Assembleia da República, a 29 Outubro, em protesto contra a estrutura da carreira imposta pelo Governo Nuno Ferreira Santos

Os sindicatos que representam os técnicos de diagnóstico e terapêutica ameaçam fazer novas greves a partir do próximo mês e acusam a ministra de "tentar iludir" os trabalhadores com a marcação de uma audiência para 10 de Dezembro.

"É inadmissível a atitude do Governo e da ministra da Saúde perante um problema com 18 anos de atraso" afirmou esta terça-feira, em comunicado, o presidente do Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (STSS), Luís Dupont, a propósito da data da audiência com a ministra Marta Temido. O responsável do sindicato adianta que esta reunião será supostamente para fechar o processo negocial, mas ainda não existem novas propostas por parte do Governo.

"O Governo, com esta audiência, que só decorrerá daqui a um mês, se efectivamente na altura se concretizar, tenta iludir os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica para travar o caos no SNS previsto até ao final do ano", sublinha o dirigente sindical.

No mês de Dezembro, as estruturas sindicais vão anunciar um calendário de greves, com início a 5 de Dezembro, em dias intercalados, e que se irão desenrolar durante todo o mês, "em defesa da conclusão do processo negocial de revisão e regulamentação das carreiras dos TSDT [Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica]", refere o comunicado. Segundo os sindicatos, estes dias de greve serão acompanhados por acções de protesto público. Estes profissionais estiveram em greve no final de Outubro.

Negociações com um ano

No sábado, os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica vão assinalar a assinatura do protocolo negocial com o Governo e os sindicatos, ocorrida há um ano, e que continua sem estar concluído, com uma concentração nacional.

"No decurso deste dia e nesta concentração [os profissionais] vão assinalar a data com acções simbólicas" para demonstrar a sua "revolta e indignação" e reivindicar a conclusão do processo negocial até ao fim do ano.

Os técnicos exigem que "o Governo reponha a justiça e equidade" apresentando propostas com transições que preencham "todas as categorias e uma grelha salarial que tenha os referenciais e impulsos salariais de outras carreiras especiais da Administração Pública com a mesma exigência habilitacional e profissional".

Os TSDT são constituídos por 18 profissões e abrangem áreas como as análises clínicas, a radiologia, a fisioterapia, a farmácia, a cardiopneumologia, entre muitas outras, num total de cerca de 10 mil profissionais em exercício nos serviços públicos de saúde.

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