Em Racismo à Portuguesa, a jornalista Joana Gorjão Henriques analisou estatísticas, recolheu testemunhos de quem se sente vítima do racismo institucionalizado e de especialistas sobre discriminação racial em Portugal, nas áreas em que mais se faz sentir — da habitação ao emprego e educação. Lançada em 2017, a série é composta por seis reportagens e Joana Gorjão Henriques falou com mais de 50 pessoas, de todos os estratos sociais.

Esta segunda-feira, a Associação Corações com Coroa galardoou a jornalista com o Prémio Corações Capazes de Construir, que distingue os melhores trabalhos na área dos Direitos Humanos. Para Joana Gorjão Henriques, o prémio é “mais um reconhecimento de um problema estrutural da sociedade portuguesa”. Acrescenta a jornalista que reconhecer não chega, e espera que signifique que “mais e mais pessoas se comprometam a erradicar o racismo e forcem os poderes públicos a colocar o seu combate como prioridade das suas agendas”, disse.

A série Racismo à Portuguesa ganhou o Prémio Gazeta de Imprensa 2017, atribuído pelo Clube de Jornalistas. Joana Gorjão Henriques foi também distinguida com a medalha de ouro comemorativa do 50.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem da Assembleia da República, cuja cerimónia de atribuição dos prémios decorre a 10 de Dezembro. Joana Gorjão Henriques viu ainda o seu trabalho reconhecido na categoria de imprensa escrita com o Prémio Jornalismo Direitos Humanos & Integração, atribuído pela UNESCO e pela Secretaria Geral da Presidência do Conselho de Ministros.

Os documentários feitos para a série Racismo à Portuguesa estiveram nomeados para o Prémio de Jornalismo Gabriel García Márquez, na categoria Imagem.

Racismo à Portuguesa é a segunda parte da série Racismo em Português, publicada em 2016, com reportagens sobre o colonialismo em África. A série de reportagens Racismo em Português foi uma das vencedoras da 19.ª edição do Prémio AMI – Jornalismo Contra a Indiferença.