“Superliga europeia não será realidade”, garante UEFA

Presidente do organismo internacional diz que planos de competição com os “tubarões” europeus são “ficção”.

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Aleksander Ceferin reafirmou convicção da UEFA LUSA/MARTIAL TREZZINI

O presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, garante que os planos para uma Superliga Europeia, disputada apenas pelos maiores clubes dos principais campeonatos, não passam de “sonho e ficção”. Em entrevista à BBC Sport, o dirigente esloveno confirmou que a competição não será materializada: "A Superliga não irá acontecer. Agora é, de certa forma, uma ficção ou um sonho". 

Também Andrea Agnelli, presidente da Associação de Clubes Europeus (ECA, na sigla inglesa) e dirigente da Juventus, garantiu não existir qualquer envolvimento na idealização da prova europeia por parte da associação: “Posso confirmar que nunca vimos, discutimos, ou estivemos envolvidos na criação deste documento. Estamos empenhados na parceria com a UEFA para moldarmos o futebol no futuro”. A Juventus, emblema que Agnelli dirige, foi apontada como um dos 11 clubes fundadores da Superliga, juntamente com outros gigantes como Manchester City, Barcelona e Paris Saint-Germain.   

Outro dos pontos focados na entrevista concedida pelos dirigentes à BBC prende-se com a nova competição que a UEFA irá apresentar no próximo mês. “Temos algumas ideias. Tudo o que posso afirmar é que qualquer Superliga está fora de questão. A participação fica e todos terão uma oportunidade para competir em todas as competições europeias”, reiterou Aleksander Ceferin. A investigação realizada pelo consórcio European Investigative Collaborations revelava, ainda, que nenhuma equipa portuguesa teria sido convidada a participar na Superliga Europeia

A nova prova tutelada pelo organismo internacional será apenas disputada a partir de 2024, juntando-se à Liga dos Campeões e Liga Europa, provas que continuarão a ser realizadas. O dirigente da Juventus admite que a nova competição pode ser uma boa oportunidade para melhorar a qualidade do futebol nos países europeus. Fazendo referência a Benfica, Porto, Ajax e outros clubes de média dimensão, o dirigente afirmou ter o interesse dos adeptos como preocupação principal: “Será o nosso dever salvaguardar as grandes heranças do futebol europeu. Temos de pensar na Polónia. Temos de pensar em países como a Turquia, a Rússia. Os adeptos podem ficar seguros de que se vamos fazer um novo produto, é porque queremos que se sintam incluídos. O futebol apenas poderá ir mais longe se nos mantivermos unidos”.

O organismo que tutela o futebol europeu agendou uma conferência de imprensa para o início da tarde desta terça-feira em que Ceferin e Agnelli  marcaram presença, com o objectivo de mostrarem unidade e rejeitarem, em conjunto, o conceito de uma Superliga à escala europeia. O presidente da UEFA aproveitou a ocasião para reforçar a posição de abertura à introdução do sistema de videoárbitro (VAR) nas competições europeias: "[A implementação do VAR] estará pronta, o mais tardar, na próxima época".

Também a Liga das Nações mereceu o elogio de Aleksander Ceferin, que confidenciou que a prova de selecções "está a ser melhor" do que era previsto.  

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