Os fantasmas que flutuam na Grande Barreira de Coral

David Gray/Reuters
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Quando morrem, os corais ficam assim: quase transparentes de tão brancos que se põem. Os esqueletos, o que resta depois das algas coloridas serem expulsas, parecem fantasmas a flutuar ao largo da costa da cidade australiana de Rockhampton, no estado de Queensland. Este é um dos sítios onde o fenómeno do branqueamento se torna mais visível (mais ainda com a ajuda de um drone). Só em 2016, um terço dos corais à superfície da Grande Barreira de Coral, na Austrália, perderam as cores vibrantes e foram afectados pelo fenómeno de branqueamento, o principal indicador de que estes seres vivos estão doentes ou já mortos. Com o aquecimento excessivo e inesperado da água do mar, as algas que vivem em simbiose com estes animais deixam de realizar a fotossíntese e começam a produzir substâncias tóxicas. Os corais reagem expulsando-as, mas com os esqueletos à vista e sem os nutrientes fornecidos pelas algas ficam desnutridos.

O branqueamento em massa de 2016 foi um dos mais mortíferos, culpa de uma grande onda de calor. Mas desde que o fenómeno foi observado pela primeira vez nos anos 80, registaram-se outros três: em 1998, 2002 e em 2017. Actualmente vivemos o mais longo fenómeno de branqueamento alguma vez registado. A Grande Barreira do Coral – um ecossistema com 3000 recifes e 900 ilhas, que se estende por cerca de 2400 quilómetros da costa Leste da Austrália é um dos ecossistemas mais ameaçados pelas alterações climáticas (e pelos plásticos). Os corais que vivem em maior profundidade também já começaram a morrer. Afinal, a comparação com fantasmas não é assim tão descabida.

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