O rei do xadrez, um vídeo que correu mal e um tabuleiro-robô

O milenar jogo de tabuleiro é uma actividade cada vez mais tecnológica.

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Fabiano Caruana (esq.) enfrenta o actual campeão mundial, Magnus Carlsen LUSA/FACUNDO ARRIZABALAGA

O xadrez pode ser muitas vezes visto como um duelo de inteligências humanas. Mas é um jogo em que a tecnologia conta muito — que o diga o americano Fabiano Caruana, que é número dois do mundo e que neste momento disputa o título de campeão mundial com o número um do ranking, o norueguês Magnus Carlsen.

Nesta semana, um vídeo de Caruana a treinar com a sua equipa esteve por breves momentos no YouTube, antes de ser removido. O que provavelmente foi um desleixo na edição fez com que o vídeo — cujo objectivo era dar um vislumbre dos bastidores da preparação para a partida — mostrasse um ecrã de computador onde estavam algumas das jogadas que a equipa de Caruana estava a preparar. É o tipo de informação preciosa para o adversário — e que se disseminou rapidamente pela Internet.

Profissionais e amadores recorrem a computadores para analisar jogos, treinar e aprender. Longe vão os tempos da partida entre o russo Garry Kasparov e o computador Deep Blue, da IBM: hoje, os computadores são muito melhores a jogar xadrez do que qualquer humano e a DeepMind, a empresa de inteligência artificial do Google, criou um programa que se tornou mestre no jogo após algumas horas de treino.

A tecnologia também permite que milhões de entusiastas joguem online, seja contra computadores ou contra outros humanos, em sites que disponibilizam ferramentas capazes de analisar jogadas e detectar erros.

Mesmo para os que preferem o jogo num tabuleiro real, a tecnologia já veio dar uma ajuda. O Square Off é um sofisticado tabuleiro robótico, com peças em madeira. Liga-se a uma aplicação no telemóvel e permite jogar contra software ou contra um oponente de carne e osso, mesmo que este esteja a quilómetros de distância. Graças a um sistema de ímanes, as peças do adversário movem-se sozinhas no tabuleiro e foram desenhadas para se poderem movimentar pelo meio das outras, sem as derrubar. A opção menos cara é encontrar alguém que também queira um e encomendar um par de tabuleiros — nesse caso, ficam a cerca de 240 euros cada.

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