Ogier conquista sexto título mundial de ralis

O piloto francês fica a três do recorde de Sébastien Loeb.

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O Ford de Ogier em acção na Austrália. LUSA/-

É verdade que a edição de 2018 do Mundial foi a mais disputada dos últimos anos com a atribuição do título adiada até à última prova. Mas no final do Rali da Austrália, que encerrou este domingo o calendário, a rotina reinstalou-se. O francês Sébastien Ogier ergueu o sexto troféu consecutivo e está a apenas três de alcançar o recorde do seu homónimo e compatriota Loeb.

A longa era dos “Sébastien” persiste no campeonato de ralis. Começou em 2004, com o primeiro de nove títulos seguidos de Loeb e já soma 15 mundiais. O norueguês Petter Solberg, em 2003, foi o último vencedor antes do domínio avassalador da dupla francesa.

Apesar de tudo, o hexacampeonato de Ogier chegou a estar comprometido. Depois de um início dominador, com três triunfos nas quatro primeiras provas, acabou por ceder nas duas seguintes, na Argentina e especialmente em Portugal, onde não terminou pela única vez na época.

No Rali da Sardenha, sétima das 13 provas do campeonato, perderia mesmo a liderança, que só reconquistaria na penúltima corrida, na Catalunha. Chegou à Austrália com apenas três pontos de vantagem, mas bastar-lhe-ia um quinto lugar para voltar a festejar, aos 34 anos.

A vitória do finlandês Jari-Mari Latvala quase passou desapercebida, mas valeu à Toyota o título de construtores. A Ogier bastou evitar erros no último troço cronometrado, depois dos percalços dos seus dois adversários que ainda podiam lutar pelo título.

O belga Thierry Neuville – que terminou a temporada no segundo lugar a 18 pontos de Ogier – hipotecou as hipóteses ao perder uma roda traseira do seu Hyundai numa berma a três classificativas do final. E o estónio Ott Tanak – que encerrou o pódio de 2018 - não esteve melhor ao embater com o seu Toyota numa árvore na etapa seguinte.

Portugal no coração

Nascido na cidade alpina de Gap, Ogier teve o seu primeiro sucesso internacional há precisamente dez anos, quando venceu o Campeonato Mundial Júnior de Rali. Esse mesmo ano marcou a sua estreia na categoria principal, o WRC, onde em 2010 conquistou as suas duas primeiras vitórias. Uma epopeia que começou no Rali de Portugal.

A prova nacional foi este ano funesta para Ogier, mas Portugal ficará para sempre no coração do francês. Venceu aqui cinco vezes (2010, 2011, 2013, 2014 e 2017), com as duas primeiras a terem sabor especial por ter superado Sébastien Loeb, que acabou ambas em segundo.

Em 2011, tornou-se piloto oficial da Citröen e o seu nome deixou de ser apenas uma promessa para se afirmar como potencial sucessor do até então imbatível compatriota e agora companheiro de equipa. Nesse ano lutou intensamente pelo título, alcançando cinco triunfos e encerrando a temporada no terceiro lugar do pódio, a 26 pontos de Loeb e a 18 do finlandês Mikko Hirvonen.

No final desse ano, quis sair da sombra de Loeb na Citröen, assinando um contrato de três anos com a Volkswagen (VW), que pretendia atacar o WRC em 2013. Enquanto a marca alemã desenvolvia o carro, disputou a temporada de 2012 aos comandos de um pouco competitivo Skoda Fabia, sem brilhar.

O sucesso chegaria na temporada seguinte, já sem Loeb no mundial. Conquistou o título de 2013 – o primeiro de quatro com a VW - e não parou mais até hoje.

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