Zverev é o derradeiro adversário de Djokovic

Desde 1996 que não havia um alemão na final das ATP Finals

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Alexander Zverev Reuters/ANDREW COULDRIDGE

No final de Setembro, durante a Laver Cup, Roger Federer aconselhou o então colega da selecção da Europa, Alexander Zverev, a ser mais agressivo. “Se calhar, não o devia ter feito”, reconheceu o sorridente alemão, após vencer Federer e qualificar-se para a final das ATP Finals. Mas aquele que foi um dos seus melhores momentos da carreira, foi ensombrado pela reacção do público, após um incidente no final do tie-break que acabaria por dar a Zverev a possibilidade de ser o mais jovem desde 2009 a chegar à final do último torneio da época, onde vai defrontar Novak Djokovic.

“Foi, ao mesmo tempo, um momento feliz e triste. Não vos vou mentir: fiquei chateado com os apupos no final, precisei de estar uns momentos sozinho”, admitiu Zverev (5.º mundial), após vencer Federer (3.º), por 7-5, 7-6 (7/5).

O primeiro set foi de nível elevadíssimo por parte de ambos, que chegaram a 5-5, com somente cinco pontos perdidos no serviço cada. Só que erros do suíço e um passing-shot fantástico de Zverev resultaram num inesperado break, em branco – num período em que o alemão ganhou 12 de 14 pontos.

Federer reagiu no segundo set e "quebrou" finalmente o adversário, só que não conseguiu colocar primeiros serviços (somente três nos dois jogos iniciais) e Zverev aproveitou para devolver o break.

O tie-break ficou marcado pelo erro de um apanha-bolas – que deixou cair uma bola, quando Federer estava em boa posição para obter um mini-break – levando o alemão a interromper o ponto, que viria a ser repetido e ganho por Zverev com um dos seus sete ases. Dois pontos mais tarde, a 4/5, Federer falhou um vólei junto à rede – o seu 20.º erro no encontro – que originou dois match-points. A servir, Zverev não desperdiçou o segundo e tornou-se no primeiro alemão desde 1996 a qualificar-se para o derradeiro encontro das ATP Finals.

No final do encontro, Federer disse ao alemão que não precisava de desculpar-se. Mesmo assim, perante os apupos de muitos dos cerca de 17 mil fãs presentes na Arena O2, que não perceberam o que se passou naquela situação, Zverev fez questão de, humildemente, pedir desculpa ao público. “Estão aqui muitos fãs do Roger e ele merece, por tudo o que conseguiu na carreira”, afirmou Zverev, autor de 23 winners e 88% de eficácia no primeiro serviço.

Federer encerrou a época em que venceu 48 dos 58 encontros disputados, venceu quatro torneios, incluindo o 20.º major, na Austrália, e converteu-se no líder do ranking mais velho de sempre. E só em três torneios, não foi além das meias-finais. “Estou orgulhoso por estar assim competitivo aos 37 anos, por voltar a ser número um, ganhar um Grand Slam, uma boa época no geral. O plano é regressar na próxima época com uma boa programação”, frisou Federer.

Zverev venceu um dos três duelos com Djokovic (1.º), que, na segunda meia-final dominou Kevin Anderson (6.º), com um duplo 6-2, após mais uma exibição em que não enfrentou qualquer break-point.

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