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Memória: Chen só se lembra do que fez nos últimos dez minutos
Para Chen Hong-zhi’s os diários são a sua vida. "26 de Outubro: ir a Beipu sozinho; encontro do clã Chen; encontrar o meu telémovel; ir à igreja católica, Templo de Citian; 22h38 - ZZZ", lê-se numa das páginas de um dos cadernos-diários de Chen.
Há nove anos, um acidente de trânsito roubou-lhe a capacidade de formar e manter memórias. É nos seus cadernos diários que hoje regista meticulosamente as actividades do dia-a-dia. "Uso o caderno para me lembrar quem ajudei hoje, quanto trabalho agrícola fiz, se choveu... as notas são a minha memória”, disse Chen à Reuters.
Desde que o pai morreu, há quatro anos, Chen vive com a madrasta, com o apoio do subsídio de invalidez e um pequeno salário que obtém com o cultivo de frutas e legumes com os vizinhos. Na comunidade, Chen é conhecido como o "menino caderno".
Lin Ming-teng, chefe do departamento de psiquiatria do Hospital Geral de Veteranos de Taipé, em Taiwan, explicou à Reuters que apesar das extensas lesões cerebrais na zona do hipocampo, os progressos de Chen têm sido notáveis. "Nos exames conseguimos ver uma grande parte do cérebro a negro - são as secções que operámos após o acidente", explicou. "Depois de ter perdido uma porção tão substancial do cérebro, é incrível que o Chen consiga fazer o que faz", disse o médico, acrescentando que Chen só se consegue recordar do que fez nos últimos cinco a dez minutos.