DS Smith vende fábrica de Ovar para ficar com a Europac

Grupo britânico DS Smith vai comprar a fabricante espanhola de papel e cartão Europac por 1,9 mil milhões de euros. E, para ver o negócio aprovado por Bruxelas, propôs a venda de três unidades na Europa. Uma delas é a unidade de cartão em Ovar

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A Comissão Europeia autorizou esta quinta-feira 15 de Novembro, a compra do grupo papeleiro Europac - Papeles y Cartones de Europa, S.A., com sede em Espanha. Em Portugal, o grupo é dono de várias unidades industriais em Portugal, nomeadamente em Viana do Castelo (Europac Kraft Viana), em Ovar (Europac Packaging Ovar), Leiria (Europac Packaging Leiria), Sintra (Albarraque) e Vila do Conde (Guilhabreu).       

De acordo com o comunicado emitido esta segunda-feira pela Comissão, foi aprovado, “ao abrigo do Regulamento das Concentrações da União Europeia, a aquisição da Europac pela DS Smith, ambas produtoras de papel e produtos de embalagem”. O negócio, que inclui uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre o capital disperso da Europac, cotada na praça de Madrid, terá um valor aproximado de 1,9 mil milhões de euros.

Na mesma comunicação, Bruxelas explica que “para dar resposta às preocupações da Comissão em matéria de concorrência, a DS Smith propôs alienar” três unidades. A saber: “a unidade Europac em Ovar, Portugal, no que se refere ao fabrico e fornecimento de chapas onduladas e de caixas de cartão canelado em Portugal” e “duas instalações da DS Smith em França”, a DSS Normandie e a DSS Normandie (em Cabourg).

Durante a análise do negócio, adiantou hoje Bruxelas, “a investigação da Comissão” em termos de cumprimento das regras de concorrência nos mercados onde Europac e DS Smith operam, “centrou-se em produtos de embalagem, chapas onduladas e caixas de cartão canelado”. Isto porque a “Comissão receava que a aquisição proposta reduzisse significativamente o nível de concorrência” quer no “mercado das chapas onduladas e, consequentemente, das caixas de cartão canelado em Portugal”, quer, por outro, “no mercado de chapas onduladas na França Ocidental”.

Com a proposta de alienação das três unidades em Portugal e França, adiantam os serviços da Comissão, “estes compromissos eliminam em grande medida a sobreposição no que diz respeito ao fornecimento de chapas onduladas em Portugal e, como tal, qualquer problema de encerramento no que diz respeito às caixas de cartão canelado”, já que a “operação não provocará mais do que um fraco aumento da quota de mercado, de menos de 5%”.

“Por conseguinte, a Comissão concluiu que a operação proposta, tal como foi alterada pelos compromissos [da DS Smith], deixaria de suscitar preocupações em matéria de concorrência no Espaço Económico Europeu (EEE)”. Ressalva contudo que “a decisão [da Comissão] está subordinada ao respeito integral dos compromissos [da DS Smith e Europac].

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