Parlamento sueco falha primeira de quatro tentativas para formar Governo

Partidos do centro-esquerda e do centro-direita recusam-se a fazer coligações com a extrema-direita. Ao fim de quatro votações falhadas no Parlamento, o país terá de organizar novas eleições, algo que nunca aconteceu na sua história.

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Ulf Kristersson teve 195 votos contra e 154 a favor Reuters/TT News Agency

O Parlamento sueco rejeitou esta quarta-feira a nomeação para primeiro-ministro do líder do Partido Moderado, Ulf Kristersson, mantendo o impasse para a formação de um novo Governo após as eleições de Setembro.

O resultado das eleições deixou um cenário muito difícil para a formação de um Governo maioritário, já que os dois blocos principais (do centro-esquerda e do centro-direita) disseram que não iriam coligar-se com os Democratas Suecos (anti-imigração e com raízes neo-nazis).

A votação desta quarta-feira foi a primeira de quatro para se tentar encontrar um chefe de Governo – se isso não acontecer, a Suécia terá de realizar novas eleições, algo que nunca aconteceu na história do país.

Mas, mesmo num cenário de eleições antecipadas, será difícil que haja acordo: as sondagens indicam que os resultados eleitorais não seriam muito diferentes.

O resultado desta primeira votação no Parlamento já era esperado, depois de o Partido do Centro (um dos que faz parte do bloco do centro-direita) ter reafirmado que não apoiará um Governo minoritário que precise do apoio dos Democratas Suecos – algo que poderia acontecer se Ulf Kristersson e o seu Partido Moderado formassem Governo.

Kristersson foi rejeitado por 195 dos 349 deputados e recebeu 154 votos favoráveis.

Com este resultado, o processo de nomeação volta para o presidente do Parlamento, que tem agora a tarefa de convidar outra figura para ser submetida a uma votação – fala-se da líder do Partido do Centro, Annie Loof.

Nas eleições de Setembro, o Partido Social-Democrata (centro-esquerda), do ex-primeiro-ministro Stefan Lofven, venceu com 28,4%, seguido pelo Partido Moderado (conservador), com 19,8%, enquanto o partido de extrema-direita Democratas Suecos garantiu 17,6% dos votos.

Se algum dos blocos – à esquerda ou à direita – se coligasse com os Democratas Suecos, poderia haver maioria suficiente para formar Governo, mas tanto os líderes da esquerda como da direita prometeram que não negociariam com a extrema-direita.

As legislativas de Setembro foram consideradas as mais importantes da Suécia desde há muitos anos pela ameaça da extrema-direita, depois de uma campanha centrada no tema da imigração.

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