Pela Liberdade do Gosto, contra o Politicamente Correcto

Não é aceitável que o Governo, através de Graça Fonseca, ou do residual deputado do PAN, possam vir dizer o que é ou não é Cultura.

Nas últimas semanas, assistimos no Parlamento a um comportamento totalmente inaceitável por parte da ministra da Cultura, ao chamar de retrógados e incivilizados os portugueses que são aficionados, caçam ou se envolvem em actividades culturais relacionadas com o mundo rural.

Num país cujos políticos falam muito do Interior, mas cujas políticas têm fracassado, de uma forma recorrente, há que apontar o dedo e evidenciar que quem fala de Interior ou do mundo rural utiliza modelos mentais da população urbana. E que por isso falha!

Graça Fonseca não só não se retratou como insistiu nos insultos a milhões de portugueses, querendo definir o que é a cultura permitida e a que deve ser banida, ao impor taxas de IVA diferenciadas, dividindo os portugueses.

Ora, este tipo afirmações e de actos de governação são próprios de regimes totalitários de má memória e apontam para um caminho perigoso, com uma deriva extremista que quer proibir e condicionar as liberdades individuais e a liberdade colectiva do nosso povo.

Não é aceitável que o Governo, através de Graça Fonseca, ou do residual deputado do PAN, possam vir dizer o que é ou não é Cultura e punir, de forma fiscal, por ora, aqueles que forem às touradas, pratiquem caça ou pesca ou quaisquer actividades culturais e lúdicas, que saiam fora daquilo que é definido pelos partidos que suportam o Governo.

Na verdade, vivemos numa ditadura do politicamente correcto, que cada vez mais assume contornos de total imposição e limitação dos gostos e interesses interesses das populações, submetendo-as a uma tirania do pensamento e da cultura.

A reacção fez-se por todo o país e de todos os quadrantes, com dezenas de autarquias a tomarem posição contra a ministra, a par de inúmeras personalidades da vida nacional e até do socialista Manuel Alegre, que se insurgiu de forma vigorosa, através de uma carta aberta ao primeiro-ministro.

Primeiro-ministro que em réplica em carta aberta a Alegre, deixou bem claro que também ele quer proibir as touradas em Portugal, apoiando a sua posição em argumentos totalmente falaciosos e desprovidos de qualquer razão, imperando o totalitarismo ideológico tão ao agrado da geringonça.

Há muito tempo que não se escrevia tanto sobre direita, em Portugal, com uns a tentar definir e arrumar os partidos e os actores políticos de um certo modo, e, outros até a tentar redefinir esse espaço doutrinário.

A esquerda escreve sobre a direita, a própria direita escreve sobre si própria e degladia-se sobre o que é a direita boa e a má ou menos boa, em suma anda tudo muito interessado nas direitas. A direita divide-se e limita-se a si própria. A esquerda agradece.

Não será alheio a isso a retumbante vitória de Bolsonaro no Brasil, a não derrota nas intercalares de Trump nos EUA que manteve o status quo e lhe deve assegurar uma re-eleição nas próximas presidenciais.

Também o que se passa em cada vez mais países europeus onde a direita assume cada vez mais força, com novos partidos que surgem em ondas populares, uma onda política que atravessa todos os países da Europa, em resultado de políticas erradas, que não respeitam a vontade das populações e dos cidadãos eleitores, a criar uma situação de alarme para a esquerda que vê o seu tradicional eleitorado a mudar bem como para a direita tradicional instalada que se sente ameaçada com os novos movimentos sociais e políticos.

Posto isto, é preciso afirmar que não podemos esquecer que Portugal e os portugueses não se confinam aos pseudo-intelectuais do marxismo cultural ou do liberalismo libertário, responsáveis por uma agenda que oprime uma maioria que respeita a sua cultura, a sua tradição, independentemente de caçar, gostar de touradas ou de ser conservadora.

É preciso que o Povo se levante! Que se levante e diga não a este tipo de conduta e acção politica! É preciso que a ministra se demita! E é preciso que os quase 50% de portugueses que não votam, voltem a ter um espaço político para votar e compreendam a necessidade de participar para não deixarem que uma minoria defina a vida em sociedade da vasta maioria.

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