Porto já escolheu localização de dois novos restaurantes solidários

Vereador da Coesão Social garantiu ainda que esta semana vai haver uma reunião para procurar uma solução para sem-abrigo que pernoitam na antiga Escola Preparatória do Cerco do Porto.

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O primeiro restaurante solidário do Porto abriu na Batalha em 2016 Fernando Veludo/NFACTOS

No próximo ano, a cidade do Porto deverá passar a ter três restaurantes solidários e não apenas um, como acontece hoje. A informação foi dada à vereação esta terça-feira, na reunião do executivo, pelo vereador da Coesão Social, Fernando Paulo. O segundo espaço deverá abrir no edifício da Junta de Freguesia de Massarelos e o terceiro ficará instalado num edifício no Largo de Tito Fontes, que a Câmara do Porto vai adquirir.

Fernando Paulo respondia à vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, que procurou perceber por que estava a votação a prorrogação por seis meses de um apoio à Associação CASA - Centro de Apoio aos Sem-abrigo – Instituição Particular de Solidariedade Social, que mantém a funcionar o único restaurante solidário da cidade. O vereador explicou que o apoio foi prolongado apenas por seis meses porque, nesse prazo, deverão acontecer mudanças. “Temos a perspectiva de abrirmos dois restaurantes nos próximos meses”, confirmou.

A estratégia deverá passar por ter os três restaurantes a servir refeições, mas apenas um local a confeccioná-las. A preparação e confecção das refeições deverão, assim, ficar concentradas no Hospital de Joaquim Urbano, onde funciona desde Setembro do ano passado o centro de acolhimento de emergência de cidadãos sem-abrigo, sendo distribuídas pelos três espaços assim que estes estejam a funcionar.

O vereador da Coesão Social referiu-se ainda ao caso denunciado pelo PÚBLICO dos sem-abrigo que vivem na antiga escola do Cerco. Reconhecendo que este foi “um caso que escapou-se completamente às instituições”, Fernando Paulo garantiu que ele será discutido numa reunião já agendada para sexta-feira, entre a Câmara do Porto, a Segurança Social e a Administração Regional de Saúde do Norte, com o objectivo de encontrar “uma resposta ao nível do NPISA [Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo]”.

Segundo o vereador, as dez pessoas que ali pernoitam eram conhecidas de uma instituição que lhes prestava apoio, “mas que não sinalizou o caso a nenhuma instituição do NPISA”. Segundo o trabalho do PÚBLICO, os sem-abrigo que pernoitam na antiga escola têm sido acompanhados por técnicos da cooperativa Arrimo, que apoiam cidadãos que consomem droga e/ou se encontrem em situação de sem-abrigo. Fernando Paulo não nomeou a instituição, mas disse que quem conhecia e acompanhava o caso “nunca trouxe o assunto ao NPISA nem procurou uma resposta integrada”.

O edifício da antiga Escola Preparatória do Cerco do Porto vai ser transformado no novo centro de saúde de Campanhã. As obras devem avançar ainda este mês.

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