Ministro da Defesa visita o Exército com "lições" de Tancos na agenda

João Gomes Cravinho vai estar nos três ramos das Forças Armadas.

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João Gomes Cravinho LUSA/HUGO DELGADO

O ministro da Defesa Nacional visita na quarta-feira a Marinha e na sexta-feira o Exército, incluindo os paióis militares, visando inteirar-se das medidas de segurança e vigilância adoptadas na sequência do furto de Tancos.

Depois da deslocação ao Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) no passado dia 29 de Outubro, o ministro da Defesa inicia na quarta-feira um conjunto de visitas oficiais aos ramos, a começar pela Marinha, por ser o mais antigo. A visita à Força Aérea ainda não tem data definida.

Quanto ao Exército, ao contrário do habitual, a visita não será ao Estado-Maior, em Lisboa, mas sim ao Campo Militar de Santa Margarida, Constância, onde está sediada a Brigada Mecanizada e para onde foi transferido a maior parte do material armazenado nos paióis de Tancos, desactivados depois do furto do material de guerra em Junho de 2017.

Durante as visitas, João Gomes Cravinho pretende inteirar-se da actividade operacional dos ramos, mas também verificar no terreno as medidas de segurança e vigilância que foram adoptadas na sequência do furto de material de guerra em Tancos, disse à Lusa fonte do Ministério da Defesa.

As deslocações aos paióis militares do Marco do Grilo (Marinha), na quarta-feira, e de Santa Margarida (Exército), realizam-se já depois de terminadas as visitas oficiais e serão fechados à comunicação social, segundo a mesma fonte.

Para o ministro da Defesa, é "fundamental ter a garantia de que as lições foram aprendidas" com o caso de Tancos, segundo declarou pela primeira vez nas cerimónias do Dia do Exército, em Guimarães, 13 dias depois de tomar posse do cargo, em meados de Outubro.

Desde essa altura, o governante tem repetido que está a avaliar com as chefias militares as medidas que foram tomadas na sequência do furto de Tancos, nomeadamente o reforço da segurança física das instalações, os investimentos em infra-estruturas, em sistemas de videovigilância e inventariado.

Entre o material de guerra furtado incluem-se granadas, explosivos e munições que vieram a aparecer, com algumas faltas, cerca de três meses e meio depois, na Chamusca, numa operação da Polícia Judiciária Militar (PJM), que foi alvo de um inquérito judicial e levou à constituição de nove arguidos.

Em 19 de Setembro de 2017, o então ministro da Defesa, Azeredo Lopes, determinou um conjunto de medidas visando o reforço das condições de segurança das instalações dedicadas ao armazenamento de material militar sensível.

Os despachos assinados por Azeredo Lopes determinavam ainda alterações ao nível dos recursos humanos, visando o "aperfeiçoamento dos processos de selecção, certificação, formação e treino dos militares dedicados a funções de segurança", segundo foi anunciado na altura.

Ao nível das infra-estruturas, o anterior ministro determinou prioridade à realização de obras nas várias instalações reabilitação das vedações e videovigilância e a melhoria das condições de habitabilidade dos militares empenhados naquelas missões.

O programa da visita à Marinha começa às 9h na quarta-feira e decorrerá na Base Naval de Lisboa, no Alfeite, com briefings internos sobre a actividade operacional, o plano de manutenção das esquadras e sobre o sistema de forças.

No final, antes da deslocação aos paióis do Marco do Grilo, João Gomes Cravinho visita a fragata Francisco de Almeida e recebe honras militares.

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